Larotrectinibe é um inibidor de TRK ativo para o SNC, primeiro da classe, altamente seletivo, aprovado para tratar pacientes adultos e pediátricos com câncer de fusão de TRK. Veja, no vídeo, os comentários do Dr. Rodrigo Munhoz, oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, sobre dados atualizados do medicamento
Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, foram apresentados dados atualizados de eficácia e segurança do larotrectinibe após um acompanhamento mais longo de 175 pacientes com câncer metastático para sistema nervoso central (SCN) com fusão em TRK.
Os dados foram reunidos a partir de três ensaios clínicos (NCT02576431, NCT02122913, NCT02637687) de pacientes com câncer metastático para SNC com fusão em TRK, tratados com larotrectinibe. A medicação foi administrada até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável. A resposta foi avaliada pelos investigadores usando RECIST v1.1, com data limite em 20 de julho de 2020.
Resultados:
Até o corte de dados, 218 pacientes foram tratados com larotrectinibe, dos quais 206 foram avaliados quanto à eficácia. Havia 21 tipos diferentes de tumor, sendo o mais comum sarcoma de partes moles (SPM [46%], incluindo fibrossarcoma infantil [20%] e outro SPM [26%]), tireoide (13%), glândula salivar (11%), pulmão (9%) e colorretal (5%). A mediana de idade foi de 38 anos. Os pacientes foram fortemente pré-tratados, em que 45% receberam duas ou mais linhas anteriores de terapia sistêmica; e 27% não foram expostos previamente à terapia sistêmica.
A taxa de resposta objetiva (TRO) foi de 75% (IC 95% 68-81), sendo 45 (22%) respostas completas, 109 (53%) respostas parciais (RP), 33 (16%) doenças estáveis (DE) e 13 (6%) de progressão de doença (PD).
Dezenove pacientes tiveram metástases cerebrais no início do estudo, com 15 avaliáveis para eficácia. A TRO para esse grupo foi de 73% (IC 95% 45–92), sendo 11 RP, 2 DE e 2 PD. Entre todos os pacientes avaliáveis, o tempo médio para resposta foi de 1,8 meses.
Com um acompanhamento médio de 22,3 meses, a duração mediana de resposta foi de 49,3 meses (IC 95% 27,3 – não estimável). A mediana de SLP foi de 35,4 meses (IC 95% 23,4–55,7) com um acompanhamento médio de 20,3 meses.
Em um acompanhamento médio de 22,3 meses, a sobrevida global (SG) mediana não foi alcançada e a taxa de SG aos 36 meses foi de 77% (IC 95% 69–84).
Os eventos adversos relacionados ao tratamento (TRAEs) foram principalmente de grau 1–2, com 18% tendo TRAEs de grau 3-4. Apenas 2% dos pacientes interromperam a terapia devido a TRAEs.
Os autores concluem que esses resultados destacam a importância do teste para NTRK em pacientes com câncer, justamente porque a maioria dos tratados com larotrectinibe apresentou benefício clínico de longo prazo. O perfil de segurança continuou favorável e não foram identificados novos sinais de segurança.
Ouça também o podcast:
Referências:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.