Encorafenibe+binimetinibe têm benefício clínico no tratamento de câncer de pulmão de não pequenas células metastático com mutação em BRAFV600 - Oncologia Brasil

Encorafenibe+binimetinibe têm benefício clínico no tratamento de câncer de pulmão de não pequenas células metastático com mutação em BRAFV600

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Encorafenibe+binimetinibe demonstra aumento significativo nas taxas de resposta objetiva em pacientes virgens de tratamento e também em pacientes já tratados anteriormente, despontando como nova opção terapêutica no contexto de mutação em BRAFV600 

 

Atualmente a avaliação molecular é uma das principais aliadas no tratamento oncológico, por oferecer complementariedade diagnóstica e direcionamento clínico. A identificação de drivers oncogênicos permitem tratamentos voltados para alterações específicas de modo a se esperar maior eficácia. Nesse contexto, cerca de 3-5% dos pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) possuem mutações somáticas ativadoras no gene BRAF, especialmente BRAFV600E. Tal mutação confere sensibilidade a inibidores de BRAF, sendo uma opção terapêutica para esse perfil de paciente.  

A terapia combinada de dabrafenibe e trametinibe é, até o momento, terapia padrão para pacientes com CPNPC com mutação em BRAFV600E/K. No entanto, outra opção avaliada no contexto de melanoma metastático foi encorafenibe (inibidor de RAFK) + binimetinibe (inibidor de MEK1 e MEK2) que demonstrou eficácia expressiva e um perfil de segurança aceitável. Frente a busca não só de terapias mais eficazes, como de novas opções terapêuticas, o estudo clínico de fase II, PHAROS, avalia eficácia e segurança de encorafenibe (450mg/dia) + binimetinibe (45mg ao 2x dia) em ciclos de 28 dias em pacientes com CPNPC metastático e BRAFV600 mutado, virgens de tratamento ou já tratados em linhas anteriores. 

O estudo contou com 98 pacientes incluídos, sendo 59 virgens de tratamento e 39 tratados anteriormente, tendo todos mutação em BRAFV600E. Na coorte total, a mediana de tempo de tratamento foi de 9,2 meses com encorafenibe e de 8,4 meses com binimetinibe. Tendo como endpoint primário a taxa de resposta objetiva (ORR), essa foi de 75% (95%CI: 62-85) no grupo virgem de tratamento e de 46% (95%CI: 30-63) no grupo que recebia a terapia proposta como linha subsequente. A mediana de duração de resposta não foi estimada (95% CI: 23,1-NE) para o primeiro grupo e foi de 16,7 meses (95% CI: 7,4 to NE) no segundo. Com relação à taxa de controle da doença após 24 semanas, essa foi de 64% e 41%, respectivamente. Por fim, ainda como parâmetro de eficácia, a mediana de sobrevida livre de progressão não foi alcançada (95% CI: 15,7-NE) para virgens de tratamento e obteve-se mediana de 9,3 meses (95% CI: 6,2-NE) para os demais. Por fim, para avaliação de segurança, os eventos adversos relacionados ao tratamento foram causa de redução de dose em 24% da coorte e levaram a descontinuação em 15%. Apenas uma toxicidade grau 5 foi reportada, hemorragia intracranial. 

Os resultados apresentados corroboram a eficácia de encorafenibe+binimetinibe em pacientes com BRAFV600E mutado, evidenciando os benefícios em contexto de CPNPC metastático mutado, independente de linhas anteriores. 

  

Referência: 

  1. Riely GJ, Smit EF, Ahn MJ, et al. Phase II, Open-Label Study of Encorafenib Plus Binimetinib in Patients With BRAFV600-Mutant Metastatic Non-Small-Cell Lung Cancer. J Clin Oncol. 2023. 

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