Enzalutamida sustenta melhora na sobrevida global em pacientes com câncer de próstata metastático hormônio sensível - Oncologia Brasil

Enzalutamida sustenta melhora na sobrevida global em pacientes com câncer de próstata metastático hormônio sensível

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Estudo ENZAMET demonstra melhor mediana de sobrevida global e taxas de sobrevida global em 5 anos que favorecem a adição de enzalutamida ao regime padrão para tratamento de câncer de próstata  

 

Ainda que normalmente diagnosticado em seus estadiamentos iniciais e em doença localizada, cerca de 20% dos pacientes diagnosticados com câncer de próstata apresentam progressão da doença para cenário metastático e hormônio sensível dentro de 5 anos. A terapia de deprivação androgênica (ADT) é atualmente o standard-of-care para o tratamento desses pacientes, de modo que novas combinações vêm sendo estudadas no intuito de se melhorar os desfechos clínicos. A adição de docetaxel à ADT demonstrou melhora nas sobrevidas, principalmente quando o primeiro é administrado precocemente e não após o desenvolvimento de resistência a castração. Novas moléculas como a enzalutamida têm sido avaliadas nesse modelo terapêutico principalmente dada à sua capacidade em superar a resistência adquirida aos antiandrogênicos de primeira geração 

O estudo ENZAMET (Enzalutamide in First Line Androgen Deprivation Therapy for Metastatic Prostate Cancer) trata-se, portanto, de um estudo clínico de fase II sustentado pela hipótese de que a enzalutamida em primeira linha de tratamento seria capaz de retardar a resistência à castração e melhorar a sobrevida global em associação à ADT com ou sem a administração precoce de docetaxel (75mg/m²). 

Foram incluídos 1125 pacientes, randomizados em grupo controle com antiandrogênico não esteroidal (n=562) e grupo enzalutamida (n=563; 160mg/dia) e subgrupados, por exemplo, conforme volume da doença (high e low) e uso de docetaxel concorrente. O endpoint primário do estudo é a avaliação da sobrevida global (SG) no grupo enzalutamida. A mediana de follow-up foi de 68 meses (IQR: 67-69) e foram reportados 476 óbitos (42%). A mediana de SG não foi alcançada (HR = 0,70; 95%CI: 0,58-0,84; p<0,0001) e a taxa de SG em 5 anos foi de 57% (0,53-0,61) vs. 67% (0,63-0,70) entre controle e grupo enzalutamida. Os benefícios na coorte total foram igualmente refletidos nos subgrupos. Uma vez demonstrada a eficácia de enzalutamida, a avaliação de segurança e tolerabilidade retornou como eventos adverso graus 3-4, sendo mais frequente a neutropenia febril associada ao uso de docetaxel, fadiga, hipertensão e não houve óbitos atribuídos ao tratamento. 

Em síntese, resultados do estudo ENZAMET demonstra que a adição de enzalutamida ao standard-of-care sustenta a melhora na sobrevida global em pacientes com câncer de próstata hormônio-sensível metastático de modo a se colocar como opção de tratamento em pacientes elegíveis. 

 

Referência:  

  1. Menges D, Yebyo HG, Sivec-Muniz S, et al. Treatments for Metastatic Hormone-sensitive Prostate Cancer: Systematic Review, Network Meta-analysis, and Benefit-harm assessment. European Urology Oncology. 2022.
  2. Sweeney CJ, Martin AJ, Stockler MR, et al. Testosterone suppression plus enzalutamide versus testosterone suppression plus standard antiandrogen therapy for metastatic hormone-sensitive prostate cancer (ENZAMET): an international, open-label, randomised, phase 3 trial. Lancet Oncology. 2023 

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