Estudo multicêntrico Europeu confirmou em seus resultados que o tratamento de lipossarcoma mixoide “histology-tailored” com trabectedina não é inferior ao tratamento padronizado para sarcomas de partes mole (STS) de epirrubicina com isosfamida (EI)
Estudo clínico multicêntrico europeu (ISG, GEIS, FSG e PSG) buscou avaliar o desempenho da quimioterapia neoadjuvante personalizada conforme parâmetro histológico (histology-tailored, HT) em detrimento de um esquema quimioterápico padrão de epirubicina com isosfamida (EI) no tratamento de sarcoma de partes moles (STS) localizado e de alto risco. Estudos anteriores indicaram que após 3 ciclos de EI em neoadjuvância, à exceção lipossarcoma mixoide (MLPS) onde HT e EI apresentaram resultados equivalentes, todas as histologias demonstraram maiores benefícios com o esquema padronizado. Frente à exceção do estudo, expandiu-se a coorte de MLPS a fim de confirmar se de fato HT não apresenta inferioridade com relação ao EI como observado nos demais tumores.
Gronchi e colaboradores apresentam na ASCO 2022 atualização dos resultados específicos da expansão da coorte de MLPS desse estudo randomizado de fase III em pacientes com STS localizado de alto risco, utilizando métodos Bayesianos a fim de se rejeitar a hipótese de que trabectedina (HT para lipossarcoma mixoide) está associada a um hazard ratio de recidiva de 1,25.
Foram incluídos no estudo 101 pacientes com MLPS de alto risco que foram randomizados em cada um dos braços de tratamento EI (n=56) e HT (n=45). A mediana de follow-up foi de 66 meses. Parâmetros relacionados à mensuração do tumor não apresentaram diferença expressiva entre os braços. A sobrevida livre de doença (SLP) após 5 anos em HT e EI foi de 0,86 e 0,73 (HR:0,60; 95%CI: 0,24-1,46; log rank p = 0,26) e sobrevida global (SG) de 0,88 e 0,90 (HR:1,20; 95%CI:0,37-3,93; log rank p = 0,77). Comparativamente, utilizando o preditor Sarculator, nomograma que prediz SG em pacientes com sarcoma, o braço EI apresentou SG observado e predito de 0,90 (95% CI 0,81-1,00) e 0.79 (p = 0.049), respectivamente, enquanto o braço HI 0,88 (95% CI 0,77-1,00) e 0,81 (p = 0,204).
Em resumo, os resultados indicam que o tratamento neoadjuvante com trabectedina (histology-tailored em MLPS) não foi inferior ao proposto epirrubicina + isosfamida e ambos os braços possuem melhor sobrevida global comparativamente ao que é predito pelo Sarculator, levando ao questionamento se esses pacientes da coorte do nomograma, poderiam se beneficiar da terapia neoadjuvante EI.
Referência:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.