Eribulina no tratamento do câncer de mama metastático RH+ HER2- após terapia com inibidores de CDK 4/6 - Oncologia Brasil

Eribulina no tratamento do câncer de mama metastático RH+ HER2- após terapia com inibidores de CDK 4/6

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Neste vídeo, Dr. Daniel Gimenes – oncologista clínico do Grupo Oncoclínicas de São Paulo, comenta sobre os dados do estudo EMPOWER, um estudo de mundo real que avaliou os resultados clínicos da eribulina no câncer de mama metastático após terapia com inibidores de CDK 4/6

 

Dr. Daniel comenta que, no atual momento, já está bastante difundido o uso de inibidores de CDK 4/6 em associação à terapia endócrina para pacientes com câncer de mama metastático RH+ HER2-. Entretanto, apesar dos bons desfechos desta terapia, surge a questão de qual terapia utilizar para pacientes que sofrem progressão da doença neste cenário. Dentre as alternativas citadas pelo especialista, o uso da eribulina pode ser destacado.  

A eribulina foi consagrada através do estudo EMBRACE, um estudo de fase 3, no qual este medicamento mostrou uma melhora significativa na sobrevida global em comparação com quimioterapia a escolha do médico em mulheres com câncer de mama metastático fortemente pré-tratado. 

Neste contexto, o estudo EMPOWER,  um estudo retrospectivo, de coorte observacional, no qual oncologistas comunitários dos EUA revisaram prontuários de pacientes que receberam eribulina, no período de 3 de fevereiro de 2015 a 31 de dezembro de 2017, após terem recebido terapia anterior com inibidores de CDK 4/6, e detalharam seu histórico clínico, e de tratamento, apresentando resultados clínicos e dados de toxicidade. 

O estudo avaliou 395 pacientes, que foram divididos em quatro coortes de acordo com a linha de terapia com eribulina: segunda linha, terceira linha, de acordo com a bula dos EUA e quarta linha. Os pacientes apresentam taxas de resposta objetiva/taxas de benefício clínico de 42,2%/58,7%, 26,1%/42,3%, 26,7%/54,1% e 17,9%/46,4%, respectivamente, em cada uma das quatro coortes. A mediana de sobrevida livre de progressão por coorte foi: 9,7 meses, 10,3 meses, não alcançada e 4,0 meses, respectivamente. Quanto ao perfil de segurança da eribulina, a ocorrência global de neutropenia foi de 23,5%, de 1,3% para neutropenia febril, de 10,1% para neuropatia periférica, e de 11,1% para diarreia. 

De modo geral, o tratamento com eribulina em linhas tardias para pacientes com câncer de mama metastático RH+ HER2- foi benéfico, além de trazer o potencial benefício de melhora de qualidade de vida, segundo Dr. Daniel. É uma droga com potencial de ocupar um espaço importante no arsenal de tratamento deste grupo de pacientes, quando ocorre progressão da doença aos inibidores de CDK 4/6. 

Assista ao vídeo para conferir o conteúdo completo! 

 

Referências:  

S. Mougalian et al., Utilization and outcomes of Eribulin Mesylate POst a cyclin-dependent kinase 4/6 inhibitor (CDK 4/6i): An observational real-World study in UnitEd States community oncology pRactices (EMPOWER). METASTATIC BREAST CANCER| VOLUME 30, SUPPLEMENT 3, III54. DOI:https://doi.org/10.1093/annonc/mdz100.018 

Cortes J, et al., Eribulin monotherapy versus treatment of physician’s choice in patients with metastatic breast cancer (EMBRACE): a phase 3 open-label randomised study. Lancet. 2011 Mar 12;377(9769):914-23. doi: 10.1016/S0140-6736(11)60070-6. Epub 2011 Mar 2. PMID: 21376385. 

Mougalian SS, et al., Observational study of clinical outcomes of eribulin mesylate in metastatic breast cancer after cyclin-dependent kinase 4/6 inhibitor therapy. Future Oncol. 2019 Dec;15(34):3935-3944. doi: 10.2217/fon-2019-0537. Epub 2019 Oct 29. PMID: 31660764.  

 

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