O uso de regorafenibe no câncer colorretal metastático é dificultado pelo perfil de toxicidades da medicação. Buscando melhorar a tolerância e a eficácia desse tratamento, um novo estudo de fase II, publicado no Lancet Oncology, avaliou dois esquemas diferentes de uso do regorafenibe em pacientes com doença metastática refratária aos tratamentos padrão e sem uso prévio do inibidor de tirosina quinase.
O estudo ReDOS, coordenado pelo Prof. Tanios Bekaii-Saab, randomizou 123 pacientes em razão 1:1:1:1 para duas estratégias diferentes de doses de regorafenibe e dois esquemas de uso de clobetasol (uso preventivo ou apenas se sintomas). Os esquemas de regorafenibe consistiam em uma estratégia de escalonamento de dose (iniciando-se em 80 mg/dia e aumentando-se em 40 mg por semana até a dose máxima de 160 mg/dia, caso não houvesse toxicidade importante, ou parando-se na dose máxima tolerada) ou a estratégia padrão de 160 mg/dia desde o início do tratamento, ambas por três semanas, em ciclos de 28 dias.
Para a publicação, dada a ausência de interação significativa entre as duas intervenções, os grupos dos dois esquemas de corticoide foram analisados em conjunto para comparação das estratégias de regorafenibe.
Com seguimento mediano de 1,18 anos, 116 dos 123 pacientes foram avaliados para o desfecho primário de proporção de pacientes que iniciaram o 3º ciclo da terapia antineoplásica. No braço de escalonamento de dose, 43% dos pacientes começaram o 3º ciclo, enquanto no esquema padrão apenas 26% (p = 0,043).
Os eventos adversos mais frequentes foram fadiga (13% escalonamento vs. 18% padrão), síndrome mão-pé (15% vs. 16%), dor abdominal (17% vs. 6%) e hipertensão (7% vs. 15%).
Frente a esses resultados, os autores consideraram a estratégia de escalonamento de dose uma alternativa viável a ser implementada na prática clínica, para melhorar a aderência dos pacientes ao tratamento sem perda na eficácia do mesmo.
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