KEYNOTE-361: pembrolizumabe + quimioterapia em 1ª linha no tratamento de carcinoma urotelial avançado - Oncologia Brasil

KEYNOTE-361: pembrolizumabe + quimioterapia em 1ª linha no tratamento de carcinoma urotelial avançado

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Os autores concluem que o benefício de sobrevida livre de progressão e sobrevida global, após a adição de pembrolizumabe + quimioterapia versus quimioterapia, não atingiu significância estatística

A imunoterapia para tratamento do câncer urotelial avançado (aUC) tem se tornado uma importante alternativa terapêutica. Nesse contexto, durante o ESMO Virtual Congress 2020, foi apresentado o estudo KEYNOTE-361 (NCT02853305), de fase III, multicêntrico e aberto, que comparou a eficácia e a segurança do pembrolizumabe (P) em combinação com quimioterapia (C) versus C sozinha em pacientes com aUC.

Os pacientes elegíveis apresentavam ECOG 0 a 2 e não tinham nenhuma exposição à terapia sistêmica anterior para doença avançada. Os pacientes foram randomizados na proporção 1:1:1 para:
• P 200 mg a cada 3 semana em um período ≤ 35 ciclos;
• P ≤ 35 ciclos + C ≤6 ciclos (sendo a escolha do investigador o uso de gencitabina + cisplatina/carboplatina);
• escolha do investigador para C ≤ 6 ciclos.

A randomização foi estratificada pela escolha do investigador por:
• uso de platina
• CPS (combined positive score) de PD-L1 (≥ 10 vs < 10).

Os desfechos primários duplos foram sobrevida livre de progressão (SLP) por revisão central cega e sobrevida global (SG).

Uma estratégia de teste sequencial foi usada, começando com o teste de superioridade de SLP e SG para P + C versus C na população total, sendo o limiar de valor de p estatisticamente significativo ≤0,0019 para SLP e ≤0,0142 para SG, seguido por teste de não inferioridade e superioridade de SG para P versus C em pacientes com CPS ≥ 10 e total de pacientes somente se a SG para P + C fosse estatisticamente superior a C.

Ao todo, 1.010 pacientes foram randomizados entre 19 de outubro de 2016 e 29 de junho de 2018: 351 para P + C, 307 para P e 352 para C.

As características no baseline foram geralmente bem equilibradas entre os braços. A SLP mediana para P + C, P, e C foi de 8,3 meses, 3,9 meses e 7,1 meses, respectivamente. A mediana de SG foi de 17,0 meses, 15,6 meses e 14,3 meses, respectivamente. O hazard ratio para SLP na comparação P + C versus C foi de 0,78 (p = 0,0033) e de 0,86 (p = 0,0407) para SG.

A taxa de resposta objetiva (TRO) foi de 54,7% para P + C, 30,3% para P e 44,9% para C. A duração de resposta (DDR) mediana foi de 8,5, 28,2 e 6,2 meses, respectivamente.

Importante ressaltar que 35,3%, 41,0% e 61,1% do total de pacientes nos braços P + C, P e C receberam terapias subsequentes (6,6%, 4,6% e 48,0% do total de pacientes receberam anti-PD-[L]1), respectivamente.

A taxa de eventos adversos relacionados ao tratamento de graus 3 a 5 foi de 75,1% com P + C, 16,9% com P e 71,6% com C. A taxa de descontinuação de qualquer medicamento devido a um evento adverso foi de 30,9%, 15,9% e 18,1%, respectivamente.

Os autores concluem que o benefício de SLP e SG após a adição de P a C versus C não atingiu significância estatística. Devido ao desenho estatístico, a não inferioridade/superioridade para SG de P versus C não foi testada.

Referência:
LBA23 – Pembrolizumab (P) combined with chemotherapy (C) vs C alone as first-line (1L) therapy for advanced urothelial carcinoma (UC): KEYNOTE-361. ESMO absctracts.

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