Os resultados do estudo LAURA apresentados durante a ESMO 2024 demonstraram que o tratamento com osimertinibe aumenta a sobrevida livre de progressão nos pacientes com acometimento do SNC
Cerca de 30% dos casos de Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células (CPNPC) são diagnosticados em estadio III, sendo que aproximadamente 34% desses apresentam mutações no gene EGFR (EGFRm). O tratamento com quimiorradioterapia à base de platina demonstrou eficácia no controle local da doença, mas não foi igualmente eficaz no controle de metástases à distância, especialmente no sistema nervoso central (SNC).
Para atender a essa necessidade clínica, o Osimertinibe, um inibidor de tirosina quinase (TKI) de terceira geração, foi avaliado para esse perfil de paciente. Este fármaco é altamente potente e seletivo, capaz de inibir inclusive mutações de resistência, como a mutação EGFR T790M. Atualmente, o fármaco é recomendado para o tratamento de CPNPC EGFRm avançado e em regime adjuvante em casos de doença ressecável.
O estudo clínico de fase III, LAURA, tem como objetivo avaliar a eficácia e segurança do Osimertinibe em pacientes com CPNPC em estágio III, com mutação no EGFR, irressecável, localmente avançado, e que não apresentaram progressão da doença após quimiorradioterapia. Foram randomizados 216 pacientes, dos quais 143 receberam Osimertinibe e 73 receberam placebo. A análise do endpoint primário, sobrevida livre de progressão (SLP), demonstrou que o TKI reduziu o risco de progressão ou óbito em 84% (HR = 0,16; 95%CI: 0,10-0,24), proporcionando um ganho significativo em SLP comparado ao placebo (39,1 meses vs. 5,6 meses).
Na ESMO Congress 2024, algumas subanálises do estudo foram apresentadas. O TKI reduziu o risco de progressão dos pacientes com comprometimento do SNC em 83% (HR = 0,17; 95%CI: 0,09-0,32). Em 12 meses, 9% dos pacientes tratados com Osimertinibe apresentaram progressão em SNC, em comparação com 36% no grupo controle.
Em relação ao tempo até o desenvolvimento de metástases à distância, o TKI também demonstrou benefícios clínicos, reduzindo o risco desse evento em 79% (HR = 0,21; 95%CI: 0,11-0,38). A incidência de metástases à distância em 12 meses foi de 11% no grupo tratado com Osimertinibe, em comparação com 37% no grupo controle.
Os dados surpreendentes de eficácia reforçam o papel do Osimertinibe como terapia padrão para CPNPC EGFRm em estágio III irressecável.
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