Resultados de 10 anos do estudo CheckMate 067 revelam benefícios duradouros com nivolumabe e ipilimumabe.
O estudo de fase 3 CheckMate 067 investigou terapias inovadoras baseadas no bloqueio de pontos de controle imunológicos para pacientes com melanoma avançado, trazendo novos horizontes no tratamento da doença. Foram comparadas três abordagens: nivolumabe (NIVO) e ipilimumabe (IPI) isoladamente ou em combinação (NIVO + IPI). Esses medicamentos, anticorpos que atuam em receptores imunossupressores como o PD-1 e o CTLA-4, ativam o sistema imunológico para atacar as células tumorais. A hipótese central do estudo foi a de que a combinação de NIVO e IPI poderia potencializar a resposta imunológica e melhorar os resultados clínicos.
No total, 945 pacientes com melanoma avançado, sem tratamento prévio, foram incluídos e randomizados em três grupos: NIVO + IPI, NIVO em monoterapia, e IPI em monoterapia. Os pacientes foram estratificados por status de PD-L1, presença da mutação BRAF e estágio de metástase. Os tratamentos foram mantidos até a progressão da doença ou o surgimento de toxicidade inaceitável. Os principais desfechos avaliados foram a sobrevida global (OS) e a sobrevida livre de progressão (PFS), enquanto a sobrevida específica para melanoma (MSS) foi analisada de forma exploratória.
Após um seguimento mínimo de 10 anos, os resultados mostraram uma mediana de OS de 71,9 meses para o grupo NIVO + IPI, 36,9 meses para NIVO, e 19,9 meses para IPI. As razões de risco (HR) para OS foram de 0,53 (IC de 95%, 0,44–0,65) para NIVO + IPI em comparação com IPI, e 0,63 (0,52–0,76) para NIVO em comparação com IPI. A mediana de MSS no grupo NIVO + IPI foi superior a 120 meses, enquanto foi de 49,4 meses para NIVO e 21,9 meses para IPI. Em pacientes com PFS por três anos ou mais, as taxas de MSS em 10 anos foram de 96% no grupo NIVO + IPI, 97% com NIVO, e 88% com IPI. Apenas 8 pacientes, 4 de cada grupo (NIVO + IPI e NIVO), apresentaram progressão após 60 meses de seguimento.
Esses resultados demonstram que o bloqueio de pontos de controle imunológicos, especialmente em subgrupos nos braços contendo NIVO, oferece uma sobrevivência sustentada e de longo prazo para pacientes com melanoma avançado. Esses achados destacam o impacto revolucionário das terapias imunológicas no prognóstico desses pacientes, sugerindo que, em alguns casos, pode-se alcançar a cura.
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