A Dra. Veridiana Camargo comenta sobre o estudo EREMISS que demonstra Benefícios no Controle da Progressão Tumoral em Sarcomas de Tecidos Moles Não Adipocíticos
O estudo EREMISS (NCT03793361) foi um ensaio clínico de fase 2, duplo-cego, controlado por placebo (PBO), comparativo e randomizado, que avaliou a atividade e a segurança do Regorafenibe (REGO) (120 mg/dia, 3 semanas de uso / 4 semanas) em pacientes com sarcomas de tecidos moles não adipocíticos (ASTS), que apresentaram doença estável (SD) ou resposta tumoral parcial (PR) após 6 ciclos de quimioterapia à base de doxorrubicina como tratamento de 1ª linha. O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão (PFS), avaliada de acordo com os critérios RECIST 1.1 por uma revisão central independente e cegada (BICR). Com base nas seguintes premissas: PFS com PBO = 4 meses, PFS esperada com REGO = 7 meses, HR = 0,57, α unilateral = 0,05 e β = 0,10, foram necessários 110 eventos de progressão (PD) e 126 pacientes para o estudo.
A população do estudo incluiu 126 pacientes (PBO: 62, REGO: 64) de 17 centros, recrutados entre maio de 2019 e novembro de 2022. A maioria dos pacientes era do sexo feminino (55%), com idade mediana de 58 anos (variação, 18-85). O subtipo mais comum foi o leiomiossarcoma (59%). Todos os pacientes haviam recebido previamente 6 ciclos de quimioterapia à base de doxorrubicina (associada a DTIC em 24% dos casos, e a IFO em 14%). PR foi observado em 30% dos casos e SD em 70%. O seguimento mediano foi de 27 meses. A duração mediana do tratamento foi de 3,4 meses (PBO) versus 4,3 meses (REGO).
O desfecho primário foi avaliável em 122 pacientes (109 eventos). A mediana de PFS avaliada por BICR foi de 3,5 meses no grupo PBO versus 5,6 meses no grupo REGO (HR = 0,51; p = 0,001). De acordo com a avaliação dos investigadores, a mediana de PFS foi de 3,6 meses (PBO) versus 6,8 meses (REGO) (HR = 0,56; p = 0,002). A mediana de sobrevida global (OS) foi de 21,0 meses (PBO) versus 27,6 meses (REGO) (HR = 0,82; p = 0,41). A taxa de eventos adversos (AEs) de grau ≥ 3 foi de 11% (PBO) versus 66% (REGO), levando à descontinuação permanente do tratamento em 18/64 pacientes no grupo REGO (28%), contra 0/62 no grupo PBO. Os AEs mais comuns de grau ≥ 3 no braço REGO foram astenia (9%), hipertensão arterial (8%) e rash (8%).
Este estudo alcançou seu objetivo primário, demonstrando que o REGO atrasa significativamente a progressão da doença após o tratamento de 1ª linha à base de doxorrubicina em ASTS. Além disso, houve uma tendência de melhora na sobrevida global, embora não significativa. Esses benefícios devem ser ponderados com a ocorrência de eventos adversos.
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