Esquema com carfilzomibe, dexametosona e daratumumabe mostra benefício significativo no tratamento do Mieloma Múltiplo - Oncologia Brasil

Esquema com carfilzomibe, dexametosona e daratumumabe mostra benefício significativo no tratamento do Mieloma Múltiplo

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O Dr. Breno Gusmão, Hematologista do Hospital BP, comenta os resultados adicionais da análise primária do estudo de fase 3 CANDOR apresentados no ultimo do 61º encontro da Sociedade Americana de Hematologia (ASH). O estudo avaliou carfilzomibe em combinação com dexametasona e daratumumabe (KdD) comparado a combinação carfilzomibe e dexametasona (Kd) em pacientes com mieloma múltiplo recidivado / refratário.

Em um acompanhamento médio de 17 meses, o estudo alcançou o endpoint primário sobrevida livre de progressão (SLP), resultando em uma redução de 37% no risco de progressão ou morte da doença em pacientes que receberam KdD (HR = 0,63; IC95%: 0,464, 0,854; p = 0,0014).

Os dados do CANDOR aumentam o conjunto de evidências que apoiam a combinação de carfilzomibe e daratumumabe. O carfilzomibe demonstrou respostas profundas e sustentadas no tratamento de pacientes com mieloma múltiplo que tiveram recaída.  A combinação KdD demonstrou eficácia em endpoints secundários importantes, incluindo taxa de resposta global (ORR), resposta residual negativa completa da doença residual mínima (DRM) aos 12 meses e sobrevida global (SG). A ORR foi de 84,3% versus 74,7% (p = 0,0040), e a taxa de resposta completa ou melhor foi de 28,5% versus 10,4% para os braços KdD e Kd, respectivamente. A análise constatou que a taxa de resposta completa negativa para DRM aos 12 meses foi de 12,5% para KdD versus 1,3% para Kd (p <0,0001), uma taxa de resposta quase 10 vezes maior em relação aos pacientes tratados com Kd. A OS mediana não foi alcançada em nenhum dos grupos (HR = 0,75; IC 95%: 0,49, 1,13; p = 0,08).

A segurança do KdD era consistente com os perfis de segurança conhecidos dos agentes individuais. Os eventos adversos emergentes do tratamento relatados com mais frequência (≥ 20% dos indivíduos em ambos os grupos de tratamento [KdD, Kd]) incluíram trombocitopenia, anemia, diarreia, hipertensão, infecção do trato respiratório superior, fadiga e dispneia. A incidência de eventos adversos emergentes de grau 3 ou superior, graves e fatais do tratamento foi maior no braço KdD em comparação ao braço Kd. A taxa de interrupção do tratamento devido a EAs foi semelhante nos dois braços.

O ASH acontece de 07 a 10 de dezembro de 2019 em Orlando (EUA) e reúne mais de 25 mil profissionais de hematologia de todas as subespecialidades. Acompanhe os destaques do ASH na cobertura da Oncologia Brasil.