O estudo ARANOTE, um ensaio clínico de fase III que investiga a eficácia e segurança da darolutamida em combinação com terapia de privação androgênica (ADT) em pacientes com câncer de próstata hormônio sensível metastático (CPHSm), alcançou seu desfecho primário, oferecendo novas esperanças para o tratamento dessa condição
O câncer de próstata é uma das neoplasias mais comuns entre os homens e uma causa significativa de mortalidade em todo o mundo. Embora a terapia de privação androgênica (ADT) seja um tratamento padrão para câncer de próstata metastático, há uma necessidade contínua de melhorar os resultados dos pacientes, especialmente em termos de sobrevida livre de progressão radiológica (rPFS). O estudo ARANOTE foi projetado para avaliar se a adição de darolutamida à ADT poderia proporcionar benefícios adicionais. O estudo, um ensaio clínico internacional, multicêntrico, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, contou com 669 pacientes com adenocarcinoma de próstata histologicamente ou citologicamente confirmado e doença metastática documentada por imagens convencionais. Os pacientes começaram a ADT até 12 semanas antes da randomização.
O desfecho primário do estudo foi a sobrevida livre de progressão radiológica (rPFS), definida como o tempo desde a randomização até a primeira progressão radiológica documentada ou morte por qualquer causa. Os desfechos secundários incluíram sobrevida global, tempo até a resistência à castração, tempo até o início de terapia antineoplásica subsequente, tempo até a progressão do antígeno específico da próstata (PSA), taxas indetectáveis de PSA, tempo até a progressão da dor e avaliações de segurança. Resumidamente, os resultados mostraram que a darolutamida associada à ADT aumentou significativamente a rPFS em comparação com o placebo mais ADT. A análise de segurança indicou que os eventos adversos foram comparáveis entre os grupos de tratamento, reafirmando o perfil de tolerabilidade estabelecido da
darolutamida. A dose utilizada foi de 600 mg de darolutamida administrada duas vezes ao dia.
Em relação aos eventos adversos observados, é possível mencionar que foram consistentes com os dados de segurança previamente estabelecidos nos estudos ARAMIS e ARASENS, estudos clínicos de fase III que investigaram a eficácia e segurança da darolutamida em diferentes contextos do câncer de próstata. No ARANOTE, os resultados evidenciam que a darolutamida apresentou uma baixa incidência de eventos adversos relacionados ao sistema nervoso central (SNC), provavelmente devido à sua baixa penetração na barreira hematoencefálica.
Os dados alcançados pelo estudo ARANOTE são de grande importância para o tratamento do câncer de próstata hormônio sensível metastático. A adição de darolutamida à ADT oferece uma nova opção terapêutica que pode melhorar a sobrevida livre de progressão radiológica sem comprometer a segurança dos pacientes. Esses resultados prometem mudanças significativas na abordagem clínica e destacam a necessidade de continuar investigando a darolutamida em diversos estágios e indicações do câncer de próstata.
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