Estudo de longo prazo confirma que a combinação de Nivolumabe e Ipilimumabe prolonga a sobrevida em pacientes com melanoma metastático.
O melanoma avançado é caracterizado pela alta taxa de mortalidade e resistência a terapias convencionais. Nos últimos anos, a imunoterapia revolucionou o tratamento dessa neoplasia, com destaque para a combinação de nivolumabe, um inibidor de PD-1, e ipilimumabe, um inibidor de CTLA-4. O estudo de 10 anos, publicado recentemente no New England Journal of Medicine, apresenta os desfechos finais da combinação desses agentes no tratamento do melanoma irressecável ou metastático, fornecendo dados robustos sobre a eficácia e segurança dessa abordagem terapêutica no longo prazo.
O estudo CheckMate 067 (NCT01844505) foi um ensaio clínico de fase III, randomizado e controlado, que avaliou pacientes com melanoma avançado, estratificados em três grupos: monoterapia com nivolumabe, monoterapia com ipilimumabe e a combinação dos dois agentes. Os participantes receberam tratamento conforme os protocolos estabelecidos para cada grupo e foram acompanhados ao longo de uma década. Os principais desfechos avaliados incluíram a sobrevida global (OS), a sobrevida livre de progressão (PFS) e a taxa de resposta objetiva (ORR). A análise de Kaplan-Meier foi utilizada para estimar as taxas de sobrevida, enquanto modelos de regressão de Cox permitiram avaliar os fatores prognósticos. A segurança foi monitorada por meio da frequência e gravidade dos eventos adversos relatados.
Os resultados indicaram que a combinação de nivolumabe e ipilimumabe proporcionou benefícios duradouros em relação aos tratamentos isolados. A taxa de OS em 10 anos foi de 57% no grupo da combinação, comparada a 43% no grupo nivolumabe e 34% no grupo ipilimumabe. Além disso, a PFS também foi superior na terapia combinada, com 34% dos pacientes sem progressão tumoral ao longo do período analisado, em comparação com 29% e 14% nos grupos nivolumabe e ipilimumabe, respectivamente. Esses dados reforçam a eficácia sustentada da combinação no controle do melanoma avançado.
A resposta objetiva ao tratamento também demonstrou a superioridade da combinação de inibidores de checkpoint imunológico. A ORR foi de 58% no grupo que recebeu nivolumabe combinado a ipilimumabe, com 22% dos pacientes apresentando resposta completa ao tratamento. Nos grupos de monoterapia, a ORR foi de 45% para nivolumabe e 19% para ipilimumabe. A duração das respostas também foi notável, com a maioria dos pacientes tratados com a combinação mantendo controle tumoral por um período prolongado, sugerindo um efeito imunológico duradouro.
Os eventos adversos, embora mais frequentes na terapia combinada, foram manejáveis na maioria dos casos, com suporte clínico adequado. Reações imunomediadas, como colite, hepatite e endocrinopatias, foram mais prevalentes no grupo de combinação, mas não comprometeram os benefícios observados. O perfil de segurança reforça a importância do monitoramento rigoroso e da adoção de estratégias para manejo de toxicidades associadas à imunoterapia.
Esses achados consolidam a combinação de nivolumabe e ipilimumabe como uma estratégia altamente eficaz e durável para o tratamento do melanoma avançado. Com taxas de sobrevida superiores, o estudo reforça a imunoterapia como um pilar essencial no manejo dos casos de melanoma avançado.
Referências:
Wolchok, J.D. et. al. Final, 10-Year Outcomes with Nivolumab plus Ipilimumab in Advanced Melanoma. N Engl J Med. 2025; 392: 11-22. doi: 10.1056/NEJMoa2407417
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