Estudo DUART avalia a associação de radioterapia e durvalumabe para o tratamento do carcinoma urotelial localizado de bexiga - Oncologia Brasil

Estudo DUART avalia a associação de radioterapia e durvalumabe para o tratamento do carcinoma urotelial localizado de bexiga

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Pacientes com câncer de bexiga localmente avançado ou irressecável, inelegíveis à cisplatina ou não candidatos à cirurgia, têm opções limitadas de tratamento. A imunoterapia associada à radioterapia vem sendo analisada nos estudos DUART e EA8185 (estudo ECOG-ACRIN/NRG)

Durante o 2021 Genitourinary Cancers Symposium, foram divulgados os resultados preliminares do DUART, um estudo de fase II, que investiga a segurança e a eficácia da combinação de radioterapia (RT) com durvalumabe, um inibidor PD-L1.

Pacientes com câncer urotelial de bexiga puro ou misto (T2-4 N0-2 M0) foram inscritos se: o tumor fosse irressecável (35%); fossem inaptos para a cirurgia (50%); e/ou inelegíveis para cisplatina (89%). Os desfechos primários foram a sobrevida livre de progressão (SLP) em um ano e a taxa de controle de doença (TCD) pós-adjuvante de durvalumabe. Os desfechos secundários incluíram a resposta completa pós durvalumabe + radioterapia (RT) e as medianas de SLP e de sobrevida global (SG).

Os participantes foram tratados com durvalumabe (1500mg), a cada quatro semanas, com duas doses junto à RT definitiva (total de 64,8Gy por 36 frações ao longo de sete semanas) para a bexiga e linfonodos envolvidos, seguido de durvalumabe adjuvante, a cada quatro semanas, pelo período de um ano. A resposta foi avaliada com tomografia e cistoscopia mais biópsia.

Resultados: 

Vinte e seis pacientes (19 homens e 7 mulheres) foram inscritos, com idade média de 74 anos. 62% dos participantes tinham doença > T2; 31% tinham linfonodos comprometidos; 62% apresentavam tumor irressecável ou eram inaptos à cirurgia devido a comorbidades.

No corte de dados, 20 de 26 pacientes foram avaliados para TCD pós-durvalumabe adjuvante:  

  • Três indivíduos tiveram resposta completa após durvalumabe mais RT, mesmo sem receber terapia adjuvante; 
  • Um paciente se retirou após três ciclos de durvalumabe adjuvante e estava em acompanhamento com resposta completa não confirmada;  
  • Dois participantes ainda estão em uso de durvalumabe adjuvante.

Além disso, 25 dos 26 foram avaliados para SLP e todos os 26 para SG. Após a conclusão do durvalumabe adjuvante, a TCD foi observada em 70% (14 de 20 pacientes, sendo 10 respostas completas; três parciais; um caso de doença estável; e seis de progressão de doença).

A probabilidade de SLP em um ano foi de 73% (IC 95%: 56,4%-94,4%) e a mediana de SLP foi de 18,5 meses. A probabilidade de SG em um ano foi de 83,8% (IC 95%: 70,4%-99,7%) e aos 2 anos de 76,8 (IC 95%: 60,2%-98%). A SG mediana não foi alcançada. Não foi observada qualquer correlação entre o resultado clínico e a expressão de PD-L1 tumoral basal.

Os autores concluem que a associação de durvalumabe com RT seguida por durvalumabe adjuvante demonstrou eficácia promissora, com probabilidade de SLP e SG em um ano de 73% e 83,8%, respectivamente, assim como TCD de 70% nos pacientes com comorbidades, que apresentam carcinoma urotelial de bexiga localmente avançado. A eficácia também foi observada em pacientes com acometimento linfonodal 

 

Referências:  

  1. Joshi M, et al. Phase II clinical study of concurrent durvalumab and radiation therapy (DUART) followed by adjuvant durvalumab in patients with localized urothelial cancer of bladder: Results for primary analyses and survival. BTCRC-GU15-023. Abstract 398. 2021 Genitourinary Cancers Symposium. DOI:10.1200/JCO.2021.39.6_suppl.398

 

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