Análise atualizada de estudo de fase II com tisagenlecleucel em pacientes com linfoma folicular recidivado/refratário demonstrou promissores resultados em termos de taxa de resposta, duração de resposta e sobrevida livre de progressão
Linfoma folicular é uma doença indolente com padrão contínuo de recaídas, podendo requerer múltiplas linhas de terapia. Terapia novas como o tisagenlecleucel estão sendo investigadas para melhorar os desfechos clínicos. Análise primária do estudo de fase II multicêntrico e de braço único ELARA em pacientes com linfoma folicular recidivado/refratário (LF r/r) demonstrou que o tisagenlecleucel promoveu alta taxa de respostas objetiva e completa, além de estender a sobrevida livre de progressão com uma mediana de segmento de 11 meses. No congresso da American Society of Hematology em 2021, foram apresentados os resultados atualizados de eficácia com a população total com uma mediana de segmento de 17 meses e análise de subgrupo com pacientes com doença de alto risco.
Eram elegíveis pacientes adultos com diagnóstico histológico confirmado de LF r/r (graus 1-3A) após ≥ 2 linhas de terapia ou recaída após transplante autólogo de células tronco. Terapia de ponte era permitida se fosse seguida de avaliação antes da infusão de tisagenlecleucel. Pacientes receberam tisagenlecleucel (0.6-6×108 células T CAR+ viáveis) após linfodepleção com fludarabina (25 mg/m2) + ciclofosfamida (250 mg/m2) QD por 3 dias ou bendamustina (90 mg/m2) QD por 2 dias. Os desfechos primários foram taxa de resposta objetiva (TRO), taxa de resposta completa (TRC), sobrevida livre de progressão (SLP) e duração de resposta (DR).
Resultados:
Em 29 de março de 2021, 97 pacientes receberam tisagenlecleucel e 94 estavam disponíveis para análise de eficácia (mediana de segmento de 17 meses). Respostas elevadas e duradouras foram vistas na população geral incluída no estudo (TRO 86.2%, TRC 69.1%, DR de 76.0% em 9 meses e SLP de 67.0% em 12 meses). Os dados de segurança refletiram o perfil conhecido do tisagenlecleucel: 48% dos pacientes apresentaram síndrome de liberação de citocinas (maioria graus 1 e 2) e 11.3% tiveram eventos neurológicos (3% com ≥ grau 3). Nas análises de subgrupos, a eficácia em termos de TRO, TRC e DR foi mantida em todos os subgrupos de alto risco, exceto para aqueles com POD24 (N=35), elevado TMTV (n=20) e com ≥ 5 linhas de tratamento (n=27). Em comparação aos subgrupos de baixo risco correspondentes, houve redução numérica em TRC para os subgrupos de alto risco (POD24 59.0% vs 87.9%; high TMTV 40.0% vs 76.4%; ≥5 linhas prévias de tratamento 59.3% vs 73.1%) respectivamente. Uma redução da SLP em 12 meses foi também observada para pacientes nesses subgrupos: POD24 (60.8% vs 77.9%), elevado TMTV inicial (54.5% vs 68.5 e ≥5 linhas prévias de tratamento (59.6% vs 69.7%). Em análise multivariada de fatores de alto risco, apenas POD24 (HR 2.34; 95% CI, 1.02- 5.34) e elevado TMTV (HR 2.53; 95% CI, 1.14-5.65) foram associados a menor SLP.
Conclusão:
Com 17 meses de segmento, o tisagenlecleucel promoveu elevadas TRO e TRC e foi associado a respostas duradouras e SLP promissora em 12 meses em pacientes com LF r/r com ≥ 2 linhas de tratamento. O perfil de eventos adversos foi semelhante ao conhecido do tisagenlecleucel. POD24 e elevado TMTV foram fatores independentes de associação à SLP. Esses resultados sugerem que o tisagenlecleucel pode induzir elevadas taxas de respostas duradouras, inclusive na maioria dos pacientes com doença de alto risco que, por sua vez, apresentam prognóstico reservado com as terapias atuais.
Referências: **
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