Estudo JAVELIN Ovarian 100 avalia o uso de avelumabe no tratamento do câncer de ovário - Oncologia Brasil

Estudo JAVELIN Ovarian 100 avalia o uso de avelumabe no tratamento do câncer de ovário

2 min. de leitura

O avelumabe, anticorpo monoclonal anti-PD-L1 foi estudado em um estudo aberto de fase III que avaliou o seu papel terapêutico em diferentes esquemasem pacientes com câncer de ovário em estágio III e IV que não haviam recebido tratamento prévio

Um dos principais desafios no tratamento no câncer de ovário não é apenas a taxa de resposta à terapia, mas sim o número expressivo de pacientes que apresentam recidiva de doença. Neste sentido, o estudo JAVELIN ovarian 100, de fase III, aberto e randomizado, comparou 3 braços de tratamento: quimioterapia com avelumabe (anticorpo monoclonal anti-PD-L1) seguida de manutenção com avelumabe; quimioterapia seguida de manutenção com avelumabe e quimioterapia seguida de acompanhamento observacional como grupo controle. 

O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão (SLP) avaliada por revisão central independente cega em todos os pacientes designados aleatoriamente (analisados pela intenção de tratar). A segurança foi analisada em todos os pacientes que receberam pelo menos uma dose do tratamento do estudo. 

998 pacientes foram randomizadas e a população total do estudo foi acompanhada por uma mediana de acompanhamento de 10,8 meses (7,1 – 14,9). A SLP média do grupo que recebeu quimioterapia seguida de manutenção com o avelumabe foi de 16,8 meses (IC 95% 13,5–não estimado[NE]). Para o grupo que recebeu a terapia combinada, a SLP foi de 18,1 meses ( IC 95% 14,8 – NE) e, para o grupo controle, a SLP não foi obtida pois nenhum paciente entrou em progressão de doença no período de observação ( IC 95% 18,2 – NE). 

Com relação aos eventos adversos, os mais comuns foram anemia, sendo sutilmente maior nos grupos que sofreram intervenção, e neutropenia. Eventos adversos graves ocorreram em 274 pacientes, com 2 mortes relacionadas ao tratamento tendo ocorrido através da progressão de doença ou fibrilação arterial. 

Concluiu-se, portanto, que o uso de avelumabe, ainda que não tenha apresentado significativo aumento dos riscos relativos à segurança, não promoveu uma sobrevida livre de progressão maior aos pacientes. Desse modo, o uso desse anticorpo monoclonal não está indicado para a primeira linha de tratamento do câncer de ovário. Regimes de tratamento alternativos ainda são necessários para melhorar os resultados em pacientes com câncer de ovário avançado. 

 

Referências:  

Monk BJ, et al., Chemotherapy with or without avelumab followed by avelumab maintenance versus chemotherapy alone in patients with previously untreated epithelial ovarian cancer (JAVELIN Ovarian 100): an open-label, randomised, phase 3 trial. Lancet Oncol. 2021 Aug 4:S1470-2045(21)00342-9. doi: 10.1016/S1470-2045(21)00342-9. Epub ahead of print. PMID: 34363762.