Estudo KEYNOTE-756 apresenta avanços promissores do uso de pembrolizumabe no Tratamento do Câncer de Mama Inicial ER+/HER2− - Oncologia Brasil

Estudo KEYNOTE-756 apresenta avanços promissores do uso de pembrolizumabe no Tratamento do Câncer de Mama Inicial ER+/HER2−

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Os resultados do estudo KEYNOTE-756 apresentados no San Antonio Breast Cancer Symposium® (SABCS 2023) demonstram os benefícios da imunoterapia com pembrolizumabe para pacientes de alto risco no cenário de tratamento neoadjuvante e adjuvante. 

 

Os resultados do estudo KEYNOTE-756, apresentados durante a SABCS 2023, indicam avanços significativos no tratamento de pacientes diagnosticados com câncer de mama inicial do tipo receptor de estrógeno-positivo e receptor do fator de crescimento epidérmico humano do tipo 2-negativo (ER+/HER2−). A pesquisa revelou benefícios substanciais ao incorporar imunoterapia com pembrolizumabe no período neoadjuvante, juntamente com quimioterapia, e no período adjuvante, em combinação com a terapia hormonal. A eficácia comprovada dos estudos KEYNOTE na inibição da interação entre a proteína de morte celular programada PD-1 (Programmed Cell Death 1) nas células T e seu ligante, PD-L1, nas células cancerígenas, tem impactado positivamente o cenário do tratamento do câncer, resultando na aprovação da imunoterapia com pembrolizumabe para diversas indicações. 

O câncer de mama inicial ER+/HER2−, caracterizado pela presença de receptores de estrogênio nas superfícies das células tumorais, geralmente está associado a um prognóstico relativamente favorável. O tratamento convencional abrange a cirurgia para remover o tumor, seguida pela terapia hormonal e, em alguns casos, quimioterapia ou radioterapia. Em situações de alto risco, onde há características que aumentam a probabilidade de recorrência ou progressão, a utilização de terapia neoadjuvante seguida de terapia adjuvante pode mitigar esses riscos. 

O estudo de fase III, KEYNOTE-756, envolveu 1278 pacientes com câncer de mama invasivo ductal ER+/HER2–, de grau 3 e estágio T1c-2 (≥2 cm) cN1-2 ou T3-4 cN0-2. O pembrolizumabe foi administrado antes da cirurgia, em conjunto com quimioterapia  durante o período neoadjuvante, onde os pacientes foram randomizados para receber 200 mg de pembrolizumabe a cada 3 semanas ou placebo, ambos combinados com quimioterapia com paclitaxel semanal por 12 semanas, seguido por 4 ciclos de doxorrubicina ou epirrubicina + ciclofosfamida. Depois da cirurgia definitiva (± radioterapia), os pacientes continuaram recebendo pembrolizumabe ou placebo por 9 ciclos + terapia endócrina padrão. 

Os objetivos primários do estudo foram a análise final de resposta patológica completa (pCR) e da sobrevida livre de eventos (event free survival – EFS). O acompanhamento médio foi de 33,2 meses. O grupo que recebeu pembrolizumabe + quimioterapia demonstrou uma melhora estatisticamente significativa na pCR em comparação com o grupo que recebeu placebo + quimioterapia: 24,3% (IC 95%, 21,0-27,8) vs. 15,6% (IC 95%, 12,8-18,6), com uma diferença estimada de 8,5 pontos percentuais (IC 95%, 4,2-12,8; P=0,00005). Em relação à carga residual tumoral, mais pacientes no grupo do pembrolizumabe não apresentaram carga residual (RCB-0 – 24,7% vs. 15,6%) ou apresentaram carga residual mínima (RCB-1 – 10,2% vs. 8,1%) em comparação com o grupo do placebo, enquanto o oposto foi observado nas categorias com maiores índices, RCB-2 (40,8% vs. 45,3%) e RCB-3 (20,5% vs. 28,9%). Em termos de segurança, durante a fase neoadjuvante, as taxas de eventos adversos (AE) relacionados ao tratamento de grau ≥3 foram 52,5% com pembrolizumabe + quimioterapia e 46,4% com placebo + quimioterapia, com 1 óbito no grupo do pembrolizumabe devido a um infarto agudo do miocárdio.  

Embora os resultados de sobrevida livre de evento ainda sejam imaturos e continuam sendo avaliados, as descobertas destacam um aumento estatisticamente significativo na resposta patológica completa para os participantes que receberam pembrolizumabe em comparação com os que receberam placebo. Essa abordagem também influenciou positivamente na redução da carga residual do câncer para categorias de doença residual mais baixa em pacientes com câncer de mama em estágio inicial, de alto risco ER+/HER2−. 

 

Referências

Abstract: GS01-02 – Phase 3 study of neoadjuvant pembrolizumab or placebo plus chemotherapy, followed by adjuvant pembrolizumab or placebo plus endocrine therapy for early-stage high-risk ER+/HER2− breast cancer: KEYNOTE-756  

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