Estudo LAURA suporta administração de osimertinibe após quimiorradioterapia definitiva em pacientes com CPNPC EGFR mutado - Oncologia Brasil

Estudo LAURA suporta administração de osimertinibe após quimiorradioterapia definitiva em pacientes com CPNPC EGFR mutado

2 min. de leitura

Osimertinibe prolonga significativamente a sobrevida livre de progressão em pacientes com CPNPC EGFRm que não progrediram após quimiorradioterapia definitiva 

Aproximadamente 30% dos cânceres de pulmão de não-pequenas células (CPNP) se apresentam ao diagnóstico como doença localmente avançada, sendo uma população heterogênea cujo manejo clínico ainda é um desafio. Dentre esses tumores, cerca de 34% apresentam mutações em EGFR (EGFRm), o que torna a terapia alvo uma opção terapêutica interessante, especialmente em um cenário onde a quimiorradioterapia (CRT) não se demonstra eficiente no controle de doença à distância nem tampouco em metástases em sistema nervoso central (SNC). Atualmente, em pacientes que não progridem à CRT, o durvalumabe (anti-PD-L1) é a terapia de consolidação, no entanto, seus benefícios nessa população com EGFRm permanece pouco esclarecido. 

A chegada do inibidor de tirosina quinase (TKI) de EGFR, osimertinibe, portanto, busca atender essa necessidade clínica de melhores desfechos em pacientes com CPNPC e EGFRm. Esse fármaco trata-se de um TKI de 3ª geração com potente e seletiva ação inibitória em mutações de resistência (EGFR T790M), além de atividade em SNC. O estudo de fase III, LAURA, busca avaliar a eficácia e segurança de Osimertinibe em CPNPC EGFRm estadiamento III irressecável e que não progrediram após a CRT definitiva. Para tal, foram randomizados 216 pacientes em Osimertinibe (n=143) e Placebo (n=73). 

O desfecho primário do estudo foi a sobrevida livre de progressão (SLP) que favoreceu a administração de osimertinibe, onde a mediana de SLP obtida foi de 39,1 meses comparado a 5,6 meses do grupo placebo. Assim, o TKI reduziu em 84% o risco de progressão ou óbito (HR = 0,16; 95%CI: 0,10-0,24). Em 24 meses, a taxa de SLP foi de 65% em osimertinibe e 13% no placebo. Os benefícios de sobrevida livre de progressão foram consistentes entre os subgrupos pré-estabelecidos. 

Do ponto de vista de segurança, eventos adversos superiores ao grau 3 ocorreram em 35% vs. 12% em osimertinibe e Placebo, sendo eventos adversos graves presentes em 38% e 15%. Toxicidades que demandaram descontinuação do tratamento foram reportados em 13% e 5%, respectivamente. 

Os resultados primários do estudo LAURA favorecem a administração de osimertinibe como terapia de consolidação em pacientes com CPNPC EGFRm irressecável e que não progrediram à quimiorradioterapia definitiva, demonstrando prolongar a sobrevida livre de progressão e, mesmo com dados imaturos, aparenta prolongar a sobrevida global, em contexto de toxicidades esperadas e manejáveis. 

 

Referências:  

  1. Lu S, Casarini I, Kato T, et al. Osimertinib Maintenance After Definitive Chemoradiation in Patients With Unresectable EGFR Mutation Positive Stage III Non-small-cell Lung Cancer: LAURA Trial in Progress. Clin Lung Cancer. 2021.
  2. Ramalingam SS, Kato T, Dong X, et al. Osimertinib (osi) after definitive chemoradiotherapy (CRT) in patients (pts) with unresectable stage (stg) III epidermal growth factor receptor-mutated (EGFRm) NSCLC: Primary results of the phase 3 LAURA study. ASCO® 2024. Disponível em: https://meetings.asco.org/abstracts-presentations/234898. Acessado em: 02/06/2024. 

 

Conteúdo restrito para médicos, entre ou crie sua conta gratuitamente

Faça login

Crie sua conta

Apenas médicos podem criar contas, insira abaixo seu CRM e Estado do CRM para validação