Osimertinibe prolonga significativamente a sobrevida livre de progressão em pacientes com CPNPC EGFRm que não progrediram após quimiorradioterapia definitiva
Aproximadamente 30% dos cânceres de pulmão de não-pequenas células (CPNP) se apresentam ao diagnóstico como doença localmente avançada, sendo uma população heterogênea cujo manejo clínico ainda é um desafio. Dentre esses tumores, cerca de 34% apresentam mutações em EGFR (EGFRm), o que torna a terapia alvo uma opção terapêutica interessante, especialmente em um cenário onde a quimiorradioterapia (CRT) não se demonstra eficiente no controle de doença à distância nem tampouco em metástases em sistema nervoso central (SNC). Atualmente, em pacientes que não progridem à CRT, o durvalumabe (anti-PD-L1) é a terapia de consolidação, no entanto, seus benefícios nessa população com EGFRm permanece pouco esclarecido.
A chegada do inibidor de tirosina quinase (TKI) de EGFR, osimertinibe, portanto, busca atender essa necessidade clínica de melhores desfechos em pacientes com CPNPC e EGFRm. Esse fármaco trata-se de um TKI de 3ª geração com potente e seletiva ação inibitória em mutações de resistência (EGFR T790M), além de atividade em SNC. O estudo de fase III, LAURA, busca avaliar a eficácia e segurança de Osimertinibe em CPNPC EGFRm estadiamento III irressecável e que não progrediram após a CRT definitiva. Para tal, foram randomizados 216 pacientes em Osimertinibe (n=143) e Placebo (n=73).
O desfecho primário do estudo foi a sobrevida livre de progressão (SLP) que favoreceu a administração de osimertinibe, onde a mediana de SLP obtida foi de 39,1 meses comparado a 5,6 meses do grupo placebo. Assim, o TKI reduziu em 84% o risco de progressão ou óbito (HR = 0,16; 95%CI: 0,10-0,24). Em 24 meses, a taxa de SLP foi de 65% em osimertinibe e 13% no placebo. Os benefícios de sobrevida livre de progressão foram consistentes entre os subgrupos pré-estabelecidos.
Do ponto de vista de segurança, eventos adversos superiores ao grau 3 ocorreram em 35% vs. 12% em osimertinibe e Placebo, sendo eventos adversos graves presentes em 38% e 15%. Toxicidades que demandaram descontinuação do tratamento foram reportados em 13% e 5%, respectivamente.
Os resultados primários do estudo LAURA favorecem a administração de osimertinibe como terapia de consolidação em pacientes com CPNPC EGFRm irressecável e que não progrediram à quimiorradioterapia definitiva, demonstrando prolongar a sobrevida livre de progressão e, mesmo com dados imaturos, aparenta prolongar a sobrevida global, em contexto de toxicidades esperadas e manejáveis.
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