Dr. Denis Jardim, oncologista clínico do Hospital Sírio–Libanês de São Paulo, comenta estudo SPARTAN, apresentado no ASCO GU 2021
SPARTAN (NCT01946204), um estudo de fase III controlado por placebo em pacientes com câncer de próstata não metastático resistente à castração (nmCPRC), mostrou anteriormente que apalutamida mais terapia de privação androgênica (ADT) melhora significativamente a sobrevida livre de metástases em comparação com placebo combinado à ADT.
Durante o 2021 Genitourinary Cancers Symposium, foi apresentada uma análise exploratória sobre potenciais assinaturas biológicas de homens com respostas de longo prazo para apalutamida e placebo. Dr. Denis Jardim, oncologista clínico do Hospital Sírio–Libanês de São Paulo, comenta no vídeo abaixo essas atualizações.
A coorte de biomarcadores do SPARTAN foi caracterizada de acordo com a observação de resposta de longo prazo (RLP) ou progressão precoce (PP) baseando-se no tempo da randomização do estudo até a detecção de metástase, separado os participantes em quartis para os grupos apalutamida e placebo. Homens que progrediram no primeiro quartil (apalutamida: 21; placebo: 17), com menor tempo para o evento metastático, foram classificados como PP. Aqueles que progrediram no último quartil (apalutamida: 39; placebo: 20), como RLP. Os perfis de expressão gênica foram gerados a partir de 233 arquivos de tumores de próstata primários. As assinaturas genéticas predefinidas indicativas da biologia do câncer foram comparadas entre os grupos RLP e PP nos braços apalutamida e placebo.
Resultados:
A mediana de tempo para a progressão metastática no grupo RLP foi de 40,5 e 22 meses; e de 7,3 e 3,6 meses no grupo PP aos pacientes no grupo apalutamida e placebo, respectivamente.
As assinaturas categorizadas em três classes gerais (regulação imunológica, proliferação e dependência hormonal) associadas com RLP para apalutamida incluíram aumento da atividade dos linfócitos T refletida pela ativação (p = 0,0045), estimulação (p = 0,0642), resposta das citocinas (p = 0,0489) e produção de interferon (p = 0,0227), diminuição da exclusão de células T (p = 0,0652), baixa capacidade proliferativa (p = 0,0435) e aumento da dependência hormonal (p = 0,0485). Alto risco (DECIPHER p = 0,0406, potencial metastático p = 0,0077), não resposta ao tratamento hormonal (basal p = 0,0115; atividade baixa do receptor de andrógeno, p = 0,0437) e tumores neuroendócrinos-like (p = 0,0125) foram associados à PP em tratamento com placebo.
Os autores concluem que, embora os dados exijam confirmação em estudos maiores, esses determinantes moleculares podem ter utilidade no tratamento de pacientes com nmCPRC. Segundo o Dr. Jardim, esses resultados têm o potencial de selecionar melhor os homens que se beneficiam do tratamento com inibidores androgênicos, individualizando ainda mais o tratamento nesses casos com a apalutamida.
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