Estudo mostra ganho de sobrevida com radioterapia de sítio primário em tratamento de câncer de próstata metastático de baixo volume

Foram apresentados na ESMO 2018, congresso que está sendo realizado em Munique, Alemanha, de 19 a 23 de outubro, resultados de uma nova análise de braços do estudo STAMPEDE, que indicam ganho em sobrevida global com uso de radioterapia da próstata em pacientes com doença metastática de baixo volume. O estudo incluiu 2061pacientes com câncer de próstata metastático recém-diagnosticado, os quais foram randomizados para tratamento padrão (terapia de privação androgênica com ou sem docetaxel) isolado ou associado a radioterapia nas doses de 55 Gy em 20 frações diárias ou 36 Gy em 6 frações semanais.

Houve ganho, com a adição de radioterapia, em sobrevida livre de falha para a população geral do estudo (HR 0,68; IC 95% 0,68-0,84), mas não em sobrevida global (SG). Em análise de subgrupos pré-estabelecida, constatou-se ganho de 32% em SG (HR 0,68; IC 95% 0,52-0,90) para aqueles pacientes com baixo volume de doença (menos de 4 metástases ósseas e nenhuma metástase visceral).

A radioterapia foi bem tolerada, com 5% de eventos graus 3 ou 4, durante o tratamento. Trata-se do primeiro estudo a evidenciar ganho de sobrevida com tratamento local do sítio primário, em pacientes com câncer de próstata metastático e baixo volume de doença. Dado o ganho significativo e a segurança e boa tolerância dessa abordagem, advoga-se a possibilidade da combinação de terapia de privação androgênica e radioterapia se tornar o novo tratamento padrão para esse cenário. Em relação às limitações do estudo, nota-se que nenhum dos pacientes recebeu abiraterona precoce e apenas 18% receberam docetaxel, diferentemente do que vem sendo preconizado após resultados de estudos recentes.

Clique aqui e saiba mais: https://www.esmo.org/Press-Office/Press-Releases/STAMPEDE-prostate-cancer-radiotherapy-Parker