Estudo mostra ganho expressivo em sobrevida livre de progressão com uso de inibidor de PARP na manutenção do câncer de ovário metastático - Oncologia Brasil

Estudo mostra ganho expressivo em sobrevida livre de progressão com uso de inibidor de PARP na manutenção do câncer de ovário metastático

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A terapia de manutenção por 2 anos com o inibidor de PARP olaparibe levou a uma melhora importante em sobrevida livre de progressão (SLP), em pacientes com câncer de ovário avançado recém-diagnosticado e mutação de BRCA1/2.

O estudo de fase III SOLO-1, apresentado na ESMO 2018, congresso que vem acontecendo em Munique, na Alemanha, de 19 a 23 de outubro, avaliou 391 pacientes com câncer de ovário seroso de alto grau ou endometrioide, estádios III-IV (classificação FIGO) e com mutação de BRCA, com resposta completa ou parcial após tratamento com quimioterapia com doublet de platina. As pacientes foram randomizadas (2:1) para 2 anos de manutenção com olaparibe 300 mg, 2 vezes ao dia, ou placebo.

Os resultados do estudo indicam um ganho expressivo em relação ao desfecho primário de SLP: 13,8 meses para o grupo do placebo vs. uma mediana não alcançada para o grupo de olaparibe, mas com probabilidade de se mostrar superior em quase 3 anos em relação ao braço que não recebeu inibidor de PARP (HR 0,30; IC 95% 0,23-0,41; p<0,0001). Após 4 anos de seguimento, mais de 50% das pacientes no grupo de olaparibe permaneciam sem sinais de progressão da doença oncológica, contra 11% do grupo de placebo. Os benefícios da terapia de manutenção parecem se estender mesmo após os 2 anos de uso da medicação, tendo havido ganho expressivo também para o desfecho secundário de sobrevida livre de uma segunda progressão, com mediana não atingida no grupo do inibidor de PARP vs. 41,9 meses no braço do placebo (HR 0,50; IC 95% 0,35-0,72; p=0,0002). As toxicidades mais comuns com a medicação foram anemia (22%) e neutropenia (8%) e 12% das pacientes interromperam o tratamento com olaparibe, por eventos adversos.

Dados o ganho expressivo em sobrevida e a boa tolerância, o tratamento de manutenção com olaparibe deve ser investigado, futuramente, em outros cenários, a saber, sobretudo, em pacientes com câncer de ovário sem mutação de BRCA ou em combinação com bevacizumabe. Resultados de novos estudos, como o PAOLA-1, são aguardados.

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