Resultados Intermediários Mostram Melhora Significativa na Sobrevida Livre de Progressão e Sobrevida Global com a Terapia Combinada
O estudo PEACE-3, conduzido em colaboração com EORTC, CTI, CUOG, LACOG e UNICANCER, avaliou o impacto da combinação de enzalutamida com Ra223 (ENZ-RAD) em comparação com enzalutamida isolada (ENZ) em pacientes com câncer de próstata resistente à castração metastático (mCRPC) e metástases ósseas. Os principais resultados mostram que a adição de Ra223 à enzalutamida resultou em melhorias significativas na sobrevida livre de progressão radiológica (rPFS) e indicam um benefício inicial na sobrevida global (OS), o que pode influenciar diretamente a prática clínica.
Entre os 446 homens incluídos no estudo, o acompanhamento mediano foi de 42,2 meses. O braço de combinação ENZ-RAD mostrou uma rPFS mediana de 19,4 meses (IC 95%: 17,1-25,3), em comparação com 16,4 meses (IC 95%: 13,8-19,2) no grupo que recebeu apenas enzalutamida, com um hazard ratio (HR) de 0,69 (IC 95%: 0,54-0,87; p=0,0009). Esse resultado sugere uma redução de 31% no risco de progressão da doença com a terapia combinada.
Além disso, a análise intermediária para sobrevida global, realizada após 80% dos eventos, demonstrou um benefício significativo da combinação ENZ-RAD, com uma OS mediana de 42,3 meses (IC 95%: 36,8-49,1) em comparação com 35,0 meses (IC 95%: 28,8-38,9) no grupo de enzalutamida isolada, com um HR de 0,69 (IC 95%: 0,52-0,90; p=0,0031). Este dado é especialmente relevante, indicando uma potencial mudança no tratamento padrão, ao oferecer uma alternativa que prolonga a vida dos pacientes.
Do ponto de vista de segurança, os eventos adversos emergentes do tratamento (TEAE) de grau ≥3 foram ligeiramente mais comuns no grupo ENZ-RAD (65,6%) em comparação ao grupo ENZ (55,8%). Os efeitos adversos mais frequentes incluíram hipertensão (34%), fadiga (6%), anemia (5%) e neutropenia (5%), sem aumentos significativos em eventos graves quando comparados aos dois grupos.
Os resultados do PEACE-3 são altamente relevantes para a prática clínica. A adição de Ra223 à enzalutamida não apenas melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão, mas também mostrou uma tendência promissora de melhora na sobrevida global. Esses achados podem levar à adoção da combinação como uma nova abordagem de tratamento para pacientes com mCRPC, redefinindo as estratégias de primeira linha e potencialmente prolongando a sobrevida dos pacientes em uma doença altamente agressiva. A análise final de sobrevida será crucial para confirmar esses dados e solidificar a posição dessa combinação no manejo clínico do mCRPC.
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