Estudo TRAVERSE: Análise dos resultados de eficácia e segurança do ALLO-316 em pacientes com câncer de células renais claras - Oncologia Brasil

Estudo TRAVERSE: Análise dos resultados de eficácia e segurança do ALLO-316 em pacientes com câncer de células renais claras

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Neste vídeo, o Dr. Fabio Kater, oncologista clínico na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, discute o promissor estudo clínico TRAVERSE e seu potencial para oferecer um tratamento de segunda linha eficiente para pacientes com carcinoma de células renais claras. Acesse e confira! 

 

O tratamento de pacientes com carcinoma de células renais claras é extremamente desafiador, tendo como primeira linha de terapia o uso de imunoterápicos e imunoterapia associada ao inibidor de tirosina quinase do fator de crescimento do endotélio vascular (iVEGF). A dificuldade é ainda maior quando há falha do tratamento de primeira linha, pois ainda não há um protocolo estabelecido para essas situações e, frequentemente, o paciente deixa de ser passível de cura ou ter o controle efetivo da doença. 

Neste vídeo, o Dr. Kater aborda o estudo clínico TRAVERSE, que ainda se encontra na fase I, mas apresenta uma proposta bastante promissora de terapia para o carcinoma renal de células claras através do uso de receptores quiméricos de célula T ou CAR-T, uma tecnologia que tem sido bastante abordada na onco-hematologia e em tumores sólidos. O estudo avalia o uso do ALLO 316, que possui como alvo o receptor CD70, expresso em 80% dos carcinomas renais e não é encontrado em células do tecido saudável.  

O estudo avaliou 19 pacientes com idade mediana de 62 anos, dos quais 79% haviam sido submetidos a nefrectomia, com média de tratamento prévio de 3 linhas, o que configura um cenário típico desta patologia. O estudo reportou apenas uma toxicidade dose-limitante que foi um caso de hepatite autoimune de grau 3. Além disso, 11% dos pacientes apresentaram a tempestade de citocinas, destacando que não houve neurotoxicidade imune associada à célula efetora e não houve registro de doença do enxerto contra o hospedeiro. 

A taxa de resposta global foi 17% e, quando avaliados os pacientes com alta taxa de expressão de CD70 (52%), a taxa de resposta aumentou para 30% dos casos com 100% de controle da doença. Sendo assim, o CAR-T direcionado ao CD70 apresenta-se com potencial alternativa segura para o tratamento deste tipo de câncer, especialmente quando avaliado em pacientes com alta expressão dos receptores CD70. 

Dessa forma, o Dr. Fábio Kater acredita que essa tecnologia ainda é uma ferramenta embrionária e distante da realidade brasileira, que ainda não tem impacto sobre a prática clínica, mas apresenta um enorme potencial de aplicação futura. 

 

Referência:  

https://aacrjournals.org/cancerres/article/83/8_Supplement/CT011/725268/Abstract-CT011-A-phase-1-multicenter-study https://doi.org/10.1158/1538-7445.AM2023-CT011