Estudo VESPER avalia o melhor esquema terapêutico perioperatório para pacientes com câncer de bexiga músculo invasivo - Oncologia Brasil

Estudo VESPER avalia o melhor esquema terapêutico perioperatório para pacientes com câncer de bexiga músculo invasivo

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Estudo avalia o melhor esquema de terapêutico perioperatória de quimioterapia para pacientes com câncer de bexiga músculo invasivo (MIBC)

O câncer de bexiga é o 3° tipo de câncer mais comum nos Estados Unidos. Entretanto, um padrão ótimo para o regime terapêutico perioperatório de quimioterapia para pacientes com câncer de bexiga músculo invasivo (MIBCdo inglês muscle invasive bladder cancer) ainda não foi definido. Visto isso, o ensaio clínico VESPER, de fase III, buscou definir esse padrão-ouro e preencher mais uma lacuna de conhecimento no tratamento destes pacientes.  

O estudo contou com 500 pacientes randomizados em 28 centros médicos franceses, entre fevereiro de 2013 e fevereiro de 2018. Esses pacientes receberam ou 4 ciclos de GC (gencitabina e cisplatina) a cada 3 semanas ou 6 ciclos de dd-MVAC (dose-densa metotrexato, vimblastina, doxorrubicina e cisplatina) a cada 2 semanas. Esses pacientes foram divididos ainda em outros 2 grupos: o grupo adjuvante (56) e o grupo neoadjuvante (437). O desfecho primário deste ensaio clínico foi a sobrevida livre de progressão em 3 anos. 

Dentre os pacientes programados para receber quimioterapia neoadjuvante, 60% receberam o plano terapêutico de 6 ciclos programado no braço dd-MVAC e 84% receberam os medicamentos em 4 ciclos, no braço GC. Dentre os que conseguiram completar o esquema proposto 91% e 90% realizaram a cirurgia, respectivamente. Já no grupo adjuvante, 40% dos pacientes receberam os 6 ciclos de dd-MVAC e 81% dos pacientes receberam os 4 ciclos de GC. Dentre o grupo neoadjuvante, a resposta restrita ao órgão (<ypT3N0) foi observada mais frequentemente no grupo de ddMVAC (77% vs 63%; p=0.001)  

Quanto a configuração do perioperatório do estudo, a sobrevida livre de progressão em 3 anos obteve resultados melhores no grupo dd-MVAC (64% vs 56%; HR=0.77; IC 95%: 0.57-1.02; p=0.066), assim como o tempo para progressão (taxa em 5 anos: 69% vs 58%; HR=0.68; IC 95%: 0.50-0.93; p=0.014). Vale ressaltar que no grupo neoadjuvante a sobrevida livre de progressão foi significativamente maior no grupo dd-MVAC. Já o grupo adjuvante não obteve resultados conclusivos devido ao tamanho amostral reduzido. 

Assim, este estudo concluiu que o melhor resultado foi obtido com terapia neoadjuvante utilizando dd-MVAC, no qual a sobrevida livre de progressão em 3 anos foi melhor, assim como o controle local do tamanho do tumor. 

Referências: 

652O – C. Pfister, et al., Dose-dense methotrexate, vinblastine, doxorubicin and cisplatin (dd-MVAC) or gemcitabine and cisplatin (GC) as perioperative chemotherapy for patients with muscle-invasiv e bladder cancer(MIBC): Results of the GETUC/AFU VESPER V05 phase III trial. https://doi.org/10.1016/j.annonc.2021.08.048