Evolução do uso de abiraterona no tratamento de câncer de próstata - Oncologia Brasil

Evolução do uso de abiraterona no tratamento de câncer de próstata

Evolução do uso de abiraterona no tratamento de câncer de próstata
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Dr. Augusto Takao, oncologista clínico do A.C.Camargo Cancer Center, conta a evolução do uso da abiraterona no tratamento do câncer de próstata, desde o seu lançamento em 2011 até os dias atuais, passando pelos principais estudos pivotais.

A abiraterona é uma droga que inibe a produção de análogos de testosterona, tanto na adrenal como no testículo e intratumoral. Foi aprovada em abril de 2011 para o tratamento de câncer de próstata, inicialmente no cenário de castração resistente e após quimioterapia.

O primeiro estudo COU-AA-301 comparou a abiraterona com placebo e os resultados demostraram que houve aumento da sobrevida global em torno de 16 meses versus 11 meses, respectivamente, e com melhor perfil de tolerância por ser um tratamento hormonal – e não um quimioterápico.

No ano seguinte, a abiraterona foi aprovada no tratamento de câncer com castração resistente antes da quimioterapia. Nesse estudo COU-AA-302, que também comparava abiraterona com placebo, se observou uma sobrevida global de 34,7 meses versus 30 meses, respectivamente, mostrando um perfil de tolerância muito melhor do que a quimioterapia.

Já em 2017, houve o lançamento do estudo LATITUDE, com uma análise de cenário de castração sensível, comparando a terapia de deprivação androgênica associada ao abiraterona versus apenas a terapia de deprivação androgênica. Os resultados mostraram um aumento de sobrevida global com números muito mais impressionantes do que no cenário castração resistente, em torno de 55 meses versus 36 meses, respectivamente.

Em relação aos principais eventos adversos, Dr. Takao comenta que podem ocorrer efeitos mineralocorticoides, com aumento da pressão arterial no paciente, apresentando hipocalemia e edema, exigindo atenção especial ao administrar esta droga em pacientes cardiopatas. Outra toxicidade a ser monitorada é a hepática. Portanto, por segurança, é importante solicitar a dosagem das enzimas hepáticas ao administrar a abiraterona em pacientes com câncer de próstata nesses casos.

Você pode ler mais em:

Bono, JS, Logothetis, CJ, Molina, A, Fizazi, K, Chu, L, Chi, KN et al. Abiraterone and Increased Survival in Metastatic Prostate Cancer. N Engl J Med 2011; 364:1995-2005

Fizazi K, Scher HI, Molina A, Logothetis CJ, Chi KN, Jones RJ, Staffurth JN, North S, Vogelzang NJ, Saad F, Mainwaring P, Harland S, Goodman OB Jr, Sternberg CN, Li JH, Kheoh T, Haqq CM, de Bono JS; COU-AA-301 Investigators. Abiraterone acetate for treatment of metastatic castration-resistant prostate cancer: final overall survival analysis of the COU-AA-301 randomised, double-blind, placebo-controlled phase 3 study. Lancet Oncol. 2012 Oct;13(10):983-92.

Ryan, CJ, Smith, MR, Bono, JS, Molina, A, Logothetis, CJ. et al. Abiraterone in Metastatic Prostate Cancer without Previous Chemotherapy N Engl J Med 2013; 368:138-148

Chi, KN, Protheroe, A, Rodrigues-Antolin, A et al. Patient-reported outcomes following abiraterone acetate plus prednisone added to androgen deprivation therapy in patients with newly diagnosed metastatic castration-naive prostate cancer (LATITUDE): an international, randomised phase 3 trial. Lancet Oncol. 2018; 19: 194-206