FDA aprova terapia que beneficia pacientes com câncer de mama altamente pré-tratadas - Oncologia Brasil

FDA aprova terapia que beneficia pacientes com câncer de mama altamente pré-tratadas

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A agência regulatória americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou, em 25 de fevereiro, neratinibe (Nerlynx®) em combinação com capecitabina (Xeloda®) para o tratamento de pacientes adultos com câncer de mama avançado ou metastático HER2 positivo que receberam 2 ou mais terapias prévias anti-HER2.

A aprovação baseou-se nos resultados do estudo de fase III NALA, que incluiu 621 pacientes com câncer de mama metastático HER2+ e mostrou que a combinação de neratinibe e capecitabina reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 24% em comparação a lapatinibe e capecitabina (HR, 0,76; IC 95%, 0,63-0,93; P = 0,0059).
Quase 80% dos pacientes em cada braço tinham idade inferior a 65 anos e apresentavam doença visceral, 69% dos pacientes receberam 2 tratamentos prévios direcionados a HER2 e 31% três ou mais, estes incluíram trastuzumabe (38%), trastuzumabe mais pertuzumabe (7,5%), trastuzumabe mais T-DM1 (20%) e trastuzumabe mais pertuzumabe mais T-DM1 (35%).

As pacientes foram randomizadas (1:1) para ciclos de 21 dias de neratinibe (n = 307; 240 mg por dia) mais capecitabina (1500 mg /m2 nos dias 1-14) ou lapatinibe (n = 314; 1250 mg por dia) mais capecitabina (2000 mg / m2 nos dias 1-14). Todos receberam profilaxia antidiarreica com loperamida.

Os endpoints coprimários foram sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG), sendo considerado positivo se qualquer um dos endpointes fosse alcançado (SLP com p <0,01 e SG com p <0,04) para OS. A SLP em 12 meses e 24 meses foram respectivamente para os braços neratinibe e lapatinibe 29% vs 15% e 12% vs 3%. A SG foi de 21 meses (IC 95%, 17,7-23,8) para aqueles que receberam neratinibe mais capecitabina em comparação com 18,7 meses (IC 95%, 15,5-21,2) para pacientes que receberam lapatinibe mais capecitabina (HR, 0,88; 95 % CI, 0,72-1,07; P = 0,2086).

A taxa de resposta objetiva foi de 32,8% (IC 95%, 27,1-38,9) para o braço neratinibe e 26,7% (IC 95%, 21,5-32,4) para o braço lapatinibe, respectivamente. A duração mediana da resposta foi de 8,5 meses (IC 95%, 5,6-11,2) versus 5,6 meses (IC 95%, 4,2-6,4), respectivamente.

Menos pacientes do braço neratinibe necessitram de intervenção para metástases no SNC em comparação ao braço com lapatinibe. Aos 54 meses, a incidência cumulativa de intervenção para metástases no SNC foi de 22,8% versus 29,2% para os braços de neratinibe e capecitabina, respectivamente (P = 0,043).

A despeito da profilaxia antidiarreica, a mesma ocorreu em todos os graus em 83% dos pacientes do grupo neratinibe e em 66% no braço lapatinibe. Diarreia de grau 3 ocorreu em 24% versus 13% dos 2 braços, respectivamente. Não foram relatados casos de diarréia de grau 4 em nenhum dos braços. A descontinuação por diarréia ocorreu em 2,6% do braço neratinibe, em comparação com 2,3% no braço lapatinibe.

Descontinuações devido a eventos adversos emergentes do tratamento (TEAEs) ocorreram em 10,9% do braço de neratinibe, em comparação com 14,5% do braço de lapatinibe. Além da diarreia, os outros TEAEs comuns mais comuns para o braço neratinibe foram náusea (53% versus 42% no braço lapatinibe), vômitos (46% vs 31%), síndrome mão-pé (46% vs 56%), diminuição do apetite (35% vs 22%) e fadiga (34% vs 31%).