FDA concede aprovação ao olaparibe para tratamento de pacientes com CPRCm com mutação nos genes de reparo da recombinação homóloga (RRH) - Oncologia Brasil

FDA concede aprovação ao olaparibe para tratamento de pacientes com CPRCm com mutação nos genes de reparo da recombinação homóloga (RRH)

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Estudo PROfound investigou a eficácia do olaparibe e o principal resultado foi a sobrevida livre de progressão radiológica

Nesta semana, o FDA americano (U.S. Food and Drug Administration) concedeu aprovação ao olaparibe (LYNPARZA®) para o tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) que apresentam mutação deletéria na linhagem germinativa ou somática dos genes de reparo da recombinação homóloga (RRH), que progrediram após tratamento prévio com enzalutamida ou abiraterona.

A eficácia do olaparibe foi investigada no PROfound (NCT02987543), um ensaio multicêntrico, aberto, randomizado (2:1), que aleatoriamente dividiu 256 pacientes para o braço olaparibe 300 mg 2x/dia e 131 pacientes para o braço da escolha do investigador (enzalutamida ou acetato de abiraterona). Todos os pacientes receberam um análogo da GnRH ou tiveram orquiectomia bilateral prévia.

Os pacientes foram divididos em duas coortes com base no status de mutação dos genes de RRH. Pacientes com mutações no BRCA1, BRCA2 ou ATM foram randomizados na coorte A (N = 245); pacientes com mutações em outros 12 genes envolvidos na via RRH foram randomizados na coorte B (N = 142); aqueles com co-mutações (gene da coorte A e gene da coorte B) foram designados à coorte A.

O principal resultado de eficácia do estudo foi a sobrevida livre de progressão radiológica (SLPr) (Coorte A). Os resultados adicionais de eficácia incluíram taxa de resposta objetiva (TR) (Coorte A) em pacientes com doença mensurável, SLPr (coortes combinadas A + B) e sobrevida global (SG) (coorte A).

Uma melhora estatisticamente significativa para SLPr na Coorte A foi demonstrada para o olaparibe em comparação à escolha do investigador, com mediana de 7,4 meses vs 3,6 meses (HR 0,34; IC 95%: 0,25; 0,47; p <0,0001), mediana de SG de 19,1 meses vs 14,7 meses (HR 0,69; IC 95%: 0,50, 0,97, p = 0,0175) e para TR de 33% vs 2% (p <0,0001). Também foi demonstrada uma melhora estatisticamente significativa para o olaparibe em comparação com a escolha do investigador para a SLPr na Coorte A + B, com mediana de 5,8 meses vs 3,5 meses (HR 0,49; IC95%: 0,38, 0,63; p <0,0001).

As reações adversas mais comuns encontradas no PROfound para o olaparibe (≥10% dos pacientes) foram anemia, náusea, fadiga (incluindo astenia), diminuição do apetite, diarreia, vômito, trombocitopenia, tosse e dispneia. Eventos tromboembólicos venosos, incluindo embolia pulmonar, ocorreram em 7% dos pacientes randomizados para o braço olaparibe, em comparação com 3,1% daqueles que receberam enzalutamida ou abiraterona.

A dose recomendada de olaparibe é de 300 mg por via oral duas vezes ao dia, com ou sem alimentos.

Referências:
M. Hussain et al. PROfound: Phase 3 study of olaparib versus enzalutamide or abiraterone for metastatic castration-resistant prostate cancer (mCRPC) with homologous recombination repair (HRR) gene. Annals of Oncology (2019) 30 (suppl_5): v851-v934.

de Bono J, Mateo J, Fizazi K, Saad F, Shore N, Sandhu S, Chi KN, Sartor O, Agarwal N, Olmos D, Thiery-Vuillemin A. Olaparib for Metastatic Castration-Resistant Prostate Cancer. New England Journal of Medicine. 2020 Apr 28.

Saiba mais:
https://www.fda.gov/drugs/drug-approvals-and-databases/fda-approves-olaparib-hrr-gene-mutated-metastatic-castration-resistant-prostate-cancer