GeparNUEVO: durvalumabe mais quimioterapia neoadjuvante no TNBC demonstra benefício clínico no longo prazo - Oncologia Brasil

GeparNUEVO: durvalumabe mais quimioterapia neoadjuvante no TNBC demonstra benefício clínico no longo prazo

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Houve um pequeno aumento de pCR inicialmente (sem continuidade após a cirurgia), questionando-se a necessidade de manter a imunoterapia como tratamento adjuvante, segundo dados apresentados no ASCO 2021  

 

Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, foram apresentados os resultados do GeparNUEVO (NCT02685059), um estudo randomizado e de fase II que investigou o uso neodjuvante do durvalumabe combinado à quimioterapia à base de antraciclina e taxano no tratamento do câncer de mama triplo-negativo (TNBC) inicial.  

O estudo randomizou pacientes com TNBC cT1b-cT4a-d para durvalumabe 1,5g EV ou placebo a cada quatro semanas. Durvalumabe ou placebo (750mg EV) em monoterapia foram administrados durante as primeiras duas semanas (fase “janela”), seguidos por durvalumabe ou placebo associados ao nab-paclitaxel 125mg/m² semanalmente por 12 semanas, e por fim, durvalumabe ou placebo mais epirrubicina/ciclofosfamida a cada duas semanas por quatro ciclos. A randomização foi estratificada por linfócitos infiltrantes tumorais do estroma (sTILs) (baixo [≤10%], intermediário [11-59%], alto [≥60%]). O objetivo principal foi avaliar a taxa de resposta patológica completa (pCR, definida por ypT0 ypN0). Os desfechos secundários foram a sobrevida livre de doença invasiva (iSLD), sobrevida livre de doença à distância (dSLD) e sobrevida global (SG). 

 

Resultados: 

Ao todo, 174 pacientes foram inscritos entre junho de 2016 e setembro de 2017. A taxa de pCR com durvalumabe foi de 53,4% versus 44,2% para placebo (OR 1,45; IC 95% 0,80–2,63;  p = 0,224). O efeito do durvalumabe para o desfecho primário foi observado apenas na fase “janela” (pCR 61,0% versus 41,4%; OR 2,22; IC 95% 1,06–4,64; p = 0,035; interação p = 0,048).  

Após um acompanhamento médio de 42,2 meses, 34 eventos ocorreram em 174 pacientes. A iSLD aos três anos em pacientes com pCR versus sem pCR foi de 92,0% versus 71,9% (log-rank p = 0,002). A iSLD aos três anos foi de 84,9% com durvalumabe versus 76,9% com placebo (HR 0,54; IC 95% 0,27-1,09; log-rank estratificado p = 0,0559). A dSLD aos três anos foi de 91,4% versus 79,5% (HR 0,37; IC 95% 0,15-0,87; p = 0,0148). Por fim, a SG aos três anos foi de 95,1% versus 83,1% (HR 0,26; IC 95% 0,09-0,79; p = 0,0076). Nenhuma diferença foi observada para iSLD, dSLD e SG entre a “janela” e a coorte não “janela”. 

Os pesquisadores concluem que durvalumabe adicionado à quimioterapia neoadjuvante no TNBC melhorou significativamente o resultado no longo prazo, apesar de um pequeno aumento de pCR inicialmente (sem continuidade após a cirurgia), questionando-se a necessidade de manter a imunoterapia como tratamento adjuvante.  

 

Referências:  

  1. Loibl S, et al. Durvalumab improves long-term outcome in TNBC: results from the phase II randomized GeparNUEVO study investigating neodjuvant durvalumab in addition to an anthracycline/taxane based neoadjuvant chemotherapy in early triple-negative breast cancer (TNBC). J Clin Oncol 39, 2021 (suppl 15;  abstr 506). DOI:10.1200/JCO.2021.39.15_suppl.506.