Diretamente do congresso ASCO® 2025, em Chicago, Dra Camila Yamada oncologista Clínica, Líder da Neuro-Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Coordenadora do Comitê Técnico-Científico dos Tumores de SNC da SBOC e Chair do LACOG Neuro-Oncology, comenta o resultado do estudo FIGHT-209.
Durante a sessão de Neuro-oncologia do Congresso Americano de Oncologia Clínica (ASCO), foi apresentado o FIGHT-209, um estudo de fase 2 que avaliou o uso de pemigatinibe em pacientes com gliomas portadores de alterações na via do FGFR (incluindo fusões, rearranjos ou mutações). Essa via, embora represente uma alteração presente em cerca de 8% dos gliomas, tem despertado interesse crescente, especialmente após dados do estudo RAGNAR. “Embora o RAGNAR tenha sido globalmente negativo, quando analisamos especificamente os gliomas difusos, vemos um sinal promissor ao bloquear adequadamente a via do FGFR”, comenta a Dra. Yamada.
O FIGHT Trial dividiu os pacientes em duas coortes: a Coorte A, com indivíduos portadores de glioblastoma recidivado, e a Coorte B, com pacientes acometidos por outros gliomas, tumores glioneuronais e neuronais. Na Coorte A, observou-se uma taxa de resposta objetiva de 8% (incluindo respostas completas e parciais), além de 28% de doença estável. “O dado mais impactante aqui foi a sobrevida global em 12 meses de 48%, mesmo entre pacientes politratados, o que se mostra significativamente superior aos dados atuais com agentes alquilantes”, ressalta a especialista.
Já na Coorte B, os resultados mostraram ainda mais robustez, com uma taxa de resposta de 22% e 33% dos pacientes mantendo doença estável. Todos os participantes haviam recebido pelo menos uma linha prévia de tratamento. “Isso indica que mesmo em contextos de progressão, o pemigatinibe pode oferecer controle de doença relevante para uma fração bem definida de pacientes”, observa a Dra. Camila Yamada, destacando o valor de se considerar testes genéticos que identifiquem alterações na via FGFR.
O estudo reforça a importância da estratificação molecular nos gliomas e sugere que o pemigatinibe pode se tornar uma ferramenta terapêutica útil no arsenal oncológico. “Estamos acompanhando com atenção os desdobramentos desse estudo, especialmente em futuras fases que possam explorar o uso da medicação em linhas mais precoces ou em combinação com outras estratégias”, conclui a doutora. A via FGFR segue como um alvo terapêutico emergente e promissor na neuro-oncologia moderna.
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