Câncer de Pulmão
O Dr João Alessi comenta um dos estudos mais esperados na área de câncer de pulmão e que foi apresentado na sessão de late breaking no primeiro dia de congresso.
O estudo multicêntrico de fase 3 ADRIATIC (NCT03703297), global, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo (PBO), avaliou durvalumabe como tratamento de consolidação para pacientes com carcinoma de pulmão de pequenas células (CPPC) em estágio limitado que não progrediram após quimiorradioterapia à base de platina concomitante (cCRT). No congresso da ASCO 2024 foram relatados os resultados da primeira análise interina planejada de durvalumabe versus placebo. A terapia de consolidação com durvalumabe demonstrou melhora significativa na sobrevida global (SG) (55.9 vs 33.4 meses; HR 0.73, P=0.01) e sobrevida livre de progressão (SLP) (16.6 vs 9.2 meses; HR 0.76, P=0.02) em paciente com CPPC em estágio limitado em comparação com o tratamento padrão de cCRT isolada.
No ESMO 2024, novos dados de análise de subgrupos apoiam fortemente o uso do durvalumabe, independentemente do regime de quimiorradioterapia concomitante prévia ou irradiação craniana profilática (PCI).
A análise de subgrupos dos pacientes que receberam PCI (n=285) mostrou que a mediana da sobrevida global (SG) no grupo tratado com durvalumabe ainda não foi alcançada, enquanto no grupo placebo foi de 42,5 meses (HR 0,75). Para aqueles que não receberam PCI (n=245), a mediana da SG foi de 37,3 meses no grupo durvalumabe, comparado a 24,1 meses no grupo placebo (HR 0.71). A eficácia do durvalumabe também se manteve superior tanto para pacientes que receberam radioterapia na dose 45Gy em 30 frações duas vezes ao dia (n=148) quanto para aqueles que a receberam na dose de 60-66Gy durante 6 semanas 1 vez ao dia (n=382). Por fim, a análise também mostrou que o durvalumabe foi superior ao placebo, independentemente da escolha do tipo de quimioterapia, seja carboplatina (n=179) ou cisplatina (n=351), tanto em termos de SG quanto de SLP.
Esses resultados são muito encorajadores e reforçam a importância da imunoterapia em diversos cenários de tratamento.
Ref:
João Alessi, MD
Oncologista Clínico no Hospital Sirio Libanês, Staff Scientist do Dana-Farber Cancer Institute.
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