O uso de terapia endócrina é padrão para o tratamento do câncer de mama metastático positivo para receptores hormonais (RH+) e negativo para expressão de HER2 (HER2-). Ainda assim, a utilização de quimioterapia, mesmo em ausência de quadros de crise visceral, é prática corrente em vários centros no mundo todo.
A escassez de dados de comparações formais entre as duas estratégias foi o que o motivou uma metanálise recém-publicada no Lancet Oncology que buscou investigar os prós e contras de cada forma de tratamento.
Com 140 estudos de fase II ou III incluídos para análise, os autores buscaram levantar tratamentos de primeira ou segunda linha para mulheres na pós-menopausa, comparando hazard ratios para sobrevida livre de progressão (SLP), que serviu como desfecho primário do trabalho.
Diversos esquemas de tratamento foram analisados e, de modo geral, a associação de inibidores de CDK4/6 (palbociclibe, ribociclibe e abemaciclibe) a fulvestranto ou letrozol, bem como a combinação de everolimus e exemestano e diversos regimes de quimioterapia foram associados a maior SLP do que estratégias de hormonioterapia isolada. Do mesmo modo, o uso de alpelisibe e fulvestranto para pacientes com mutação de PIK3CA mostrou benefício em comparação a anastrozol isolado.
O estudo evidenciou ainda que nenhum esquema de quimioterapia ou hormonioterapia foi significativamente melhor do que a combinação de palbociclibe e letrozol em termos de SLP e apenas o esquema de paclitaxel e bevacizumane foi melhor do que essa combinação quanto à proporção de pacientes atingindo resposta ao tratamento.
Essa metanálise busca consolidar o papel das combinações de inibidores de CDK4/6 e hormonioterapia como escolhas padrão para a primeira e segunda linha no tratamento de pacientes com câncer de mama RH+/HER2-. Com o ganho em SLP em comparação à hormonioterapia isolada e o benefício similar em relação às várias quimioterapias, essa parece ser uma estratégia favorável para esse grupo de pacientes.
Ainda assim, a decisão clínica individualizada ainda parece ser necessária, uma vez que faltam mecanismos confiáveis para predição de resposta ou resistência a esses tipos de tratamento. Saiba mais no The Lancet.
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.