Importante estudo mostra benefício de terapia-alvo em neoadjuvância de câncer de pulmão (NSCLC) com mutação de EGFR

O uso de erlotinibe, um inibidor de tirosinaquinase (TKI) que bloqueia o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), atuando em tumores com mutação de EGFR, mostrou-se benéfico no cenário neoadjuvante em estudo apresentado na ESMO 2018, que está sendo realizada entre 19 e 23 outubro, em Munique, Alemanha. O estudo chinês CTONG 1103 randomizou 72 pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células (NSCLC), estádio IIIA-N2 e com mutação de EGFR, para receber erlotinibe ou quimioterapia padrão com gencitabina e cisplatina na neoadjuvância.

A taxa de resposta do erlotinibe foi de 54,1% contra 34,3% para a quimioterapia. Após o tratamento, 83,8% dos pacientes no grupo do TKI e 68,6% no grupo do tratamento padrão conseguiram ser submetidos a cirurgia com intuito curativo. Em relação ao desfecho primário de sobrevida livre de progressão (SLP), o erlotinibe mostrou ganho absoluto de quase 10 meses, com mediana de 21,5 meses vs. 11,9 meses para o grupo de quimioterapia (HR 0,42; IC 95% 0,23-0,76; p=0,0003). As toxicidades graus 3 e 4 foram significativamente menores no grupo do TKI (0%), em comparação às do grupo de gencitabina e cisplatina (29,4%).

Esse foi o primeiro estudo a mostrar ganhos em múltiplos desfechos com uso de TKI em neoadjuvância de NSCLC, incluindo SLP, taxa de resposta e resposta patológica completa. Segundo os pesquisadores do estudo, os dados relativos à sobrevida global ainda são imaturos para análise, mas os resultados fornecem racional promissor para novas investigações com TKI nesse cenário.

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