Importante estudo mostra ganho de sobrevida com imunoterapia em primeira linha para tumores de cabeça e pescoço metastáticos - Oncologia Brasil

Importante estudo mostra ganho de sobrevida com imunoterapia em primeira linha para tumores de cabeça e pescoço metastáticos

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O estudo KEYNOTE-048, apresentado na ESMO 2018, que está sendo realizada em Munique, Alemanha, entre 19 e 23 de outubro, mostrou aumento de sobrevida com uso de pembrolizumabe em pacientes com câncer de cabeça e pescoço recorrente ou metastático. O tratamento padrão (SOC) até então era baseado em combinação de platina (cisplatina ou carboplatina), 5-fluorouracila e cetuximabe, o que conferia uma taxa de resposta de aproximadamente 35% e mediana de sobrevida de pouco mais de 10 meses.

O estudo de fase III em questão randomizou pacientes (1:1:1) para receber o tratamento padrão ou pembrolizumabe isolado ou ainda uma combinação de pembrolizumabe e quimioterapia baseada em platina. Nos pacientes que expressavam PD-L1 (com CPS > 20 no tumor e/ou em células do microambiente tumoral), as taxas de resposta foram de 23,3% para a imunoterapia contra 36,1% para o SOC. No entanto, a sobrevida global (SG) foi significativamente maior no braço de pembrolizumabe isolado do que no da terapia padrão (14,9 vs. 10,7 meses; HR 0,61; p=0,0007), refletindo um tempo de duração de resposta também expressivamente superior para o agente anti-PD-1 (20,9 vs. 4,5 meses). Nos pacientes com menor expressão de PD-L1 (CPS > 1) também houve ganho significativo em SG favorecendo a imunoterapia isolada (12,3 vs. 10,3 meses; HR 0,78; p=0,0086).

O estudo também mostrou resultados promissores para a combinação de imunoterapia e quimioterapia com platina em comparação ao SOC: também houve aumento significativo de SG favorecendo o esquema com imunoterapia (13,0 vs 10,7 meses; HR 0,77; p=0,0034). As taxas de resposta, nesse caso, foram similares, com 36,3% para o SOC contra 35,6% para a nova combinação. Nenhuma das comparações mostrou ganho em sobrevida livre de progressão. Em relação às toxicidades observadas, o uso de pembrolizumabe isolado foi o menos tóxico dos esquemas e a incidência de eventos adversos foi muito similar na comparação entre a combinação de platina com imunoterapia e o SOC. O benefício observado pode levar a uma nova opção para tratamento de primeira linha nesse cenário que inclua o pembrolizumabe, sobretudo naqueles pacientes com tumores que expressem PD-L1.

Clique aqui e saiba mais: https://www.esmo.org/Press-Office/Press-Releases/KEYNOTE048-head-neck-cancer-immunotherapy-Burtness