Neste vídeo, Dr. Eduardo Vissotto, oncologista clínico da Rede D’OR – Brasilia, comenta sobre os dados do estudo IMpower110, que embasa o uso de atezolizumabe em monoterapia para pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) metastático, com expressão de PD-L1, sem mutação driver em primeira linha
O estudo IMpower110 avaliou a eficácia e a segurança do atezolizumabe (anti PD-L1) em comparação com quimioterapia à base de platina em pacientes câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) metastático com expressão de PD-L1 > 1%, virgens de tratamento. Inicialmente, foram recrutados tanto pacientes sem mutações driver, quanto pacientes com mutação de EGFR ou translocação de ALK. Entretanto, no decorrer do estudo foi visto que esta população não se beneficiava do tratamento com atezolizumabe, levando a exclusão desta população das análises.
Este foi um estudo randomizado, aberto, de fase 3, multicêntrico que envolveu pacientes com CPNPC metastático, não escamoso ou escamoso, sem tratamento prévio com quimioterapia e expressão de PD-L1 em pelo menos 1% das células tumorais ou pelo menos 1% das células imunes infiltrantes do tumorais, avaliadas pelo ensaio imunohistoquímico SP142.
Os pacientes foram randomizados em uma proporção de 1:1 para receber atezolizumabe ou quimioterapia. O desfecho primário do estudo foi a sobrevida global (SG) testada hierarquicamente de acordo com o status de expressão de PD-L1 dos pacientes. Essa análise ocorreu primeiramente nos pacientes com alta expressão de PD-L1; se fosse positiva, seria realizada a análise nos pacientes com expressão de PD-L1 alta-intermediária; e por conseguinte, a avaliação de pacientes com qualquer expressão de PD-L1. A sobrevida livre de progressão (SLP) foi o desfecho secundário do estudo.
Ao todo, foram inscritos 572 pacientes. Um total de 18 pacientes com mutação EGFR ou translocação ALK foram inscritos, porém foram excluídos da população de análise primária, mas foram mantidos na população de segurança. Na análise primária, no subgrupo de pacientes com tumores EGFR e ALK tipo selvagem (WT) que tiveram alta expressão de PD-L1 (205 pacientes), a SG mediana foi de 20,2 meses no grupo atezolizumabe versus 13,1 meses no grupo de quimioterapia (HR para morte, 0,59; IC 95%, 0,40 a 0,89; P = 0,01). Com 17 meses de acompanhamento adicional após a análise primária, a melhora da SG foi mantida no braço de atezolizumabe, com uma mediana de 20,2 versus 14,7 meses no braço da quimioterapia (HR 0,76; IC 95%: 0,54-1,09). Entretanto, o braço de atezolizumabe versus quimioterapia não obteve melhora estatisticamente significativa em pacientes WT e expressão de PD-L1 alta ou intermediária (n = 328; HR = 0,87, IC 95%: 0,66- 1,14, p = 0,3091; mediana = 19,9 versus 16,1 meses), impossibilitando o teste formal de SG em pacientes WT com qualquer expressão de PD-L1.
A SLP também foi maior nos pacientes tratados com atezolizumabe, sendo que esta foi de 8,1 meses no grupo de atezolizumabe e 5,0 meses no grupo de quimioterapia (HR, 0,63; IC 95%, 0,45 a 0,88). A ocorrência e a duração de resposta também foram maiores na população com alta expressão de PD-L1.
O perfil de segurança foi similar ao encontrado anteriormente, sendo que, eventos adversos ocorreram em 90,2% dos pacientes do grupo atezolizumabe e em 94,7% daqueles no grupo quimioterapia; eventos adversos de grau 3 ou 4 ocorreram em 30,1% e 52,5% dos pacientes nos respectivos grupos.
Como conclusão, o tratamento com atezolizumabe resultou em uma mediana de sobrevida global significativamente maior, quando comparado com o tratamento com quimioterapia à base de platina, entre pacientes com CPNPC com alta expressão de PD-L1, EGFR e ALK tipo selvagem, independentemente do tipo histológico.
Assista ao vídeo, confira o conteúdo completo e a análise do especialista!
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