Inibidor de FGFR e VEGFR demonstra discreta atividade clínica em sarcomas de partes moles e câncer de ovário - Oncologia Brasil

Inibidor de FGFR e VEGFR demonstra discreta atividade clínica em sarcomas de partes moles e câncer de ovário

Um estudo de fase II recentemente publicado avaliou o papel do brivanibe no tratamento de diversos tumores sólidos, como (sarcoma, ovário, entre outros).
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Um estudo de fase II recentemente publicado avaliou o papel do brivanibe, inibidor do FGFR e VEGFR, no tratamento de diversos tumores sólidos, mais comumente expressores de FGF2 (sarcomas de partes moles, ovário, mama, pâncreas, pulmão células não pequenas, estômago/esôfago e células transicionais).

Foram incluídos pacientes com doença irressecável ou metastática, para a qual não havia mais tratamento aprovado disponível e, em uma primeira etapa, todos receberam 800 mg brivanibe por 12 semanas. Em seguida, caso apresentassem doença estável após esse período, eram randomizados (1:1) para brivanibe ou placebo. Ao total, foram incluídos 595 pacientes, sendo a maioria já exposta a múltiplos tratamentos oncológicos prévios. O crossover era permitido do placebo para brivanibe em pacientes que apresentavam progressão de doença.

Em 53 pacientes com sarcoma de partes moles com expressão de FGF2A, a sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 2,8 meses no braço brivanibe e 1,4 meses no braço placebo (HR 0,58 p= 0,08). Estes números se mantiveram entre todos os pacientes randomizados com sarcoma, independentemente da presença de expressão de FGF2. No entanto, também não houve significância estatística na diferença geral entre os pacientes com sarcoma tratados brivanibe ou placebo (HR 0,64; IC 95% 0,38 -1,07; p=0,09). O crossover do placebo para brivanibe ocorreu em 30 pacientes, e destes, 87% apresentou doença estável após re-exposição ao brivanibe.

Em pacientes com tumores de ovário expressores de FGF2 e no total de pacientes, a SLP foi de 4 meses no braço brivanibe e 2 meses no braço placebo, sem significância estatística.

As toxicidades grau 3 ou piores mais frequentes foram hipertensão, fadiga, aumento de enzimas hepáticas, dispneia e dor abdominal. Houve 6 óbitos possivelmente decorrentes de toxicidades ao brivanibe.

Apesar de os resultados do estudo serem formalmente negativos, o brivanibe parece ter alguma atividade clínica, especialmente em tumores de ovários e sarcomas de partes moles. Há que se considerar também que houve crossover do placebo para brivanibe na progressão de doença, e que a maioria dos pacientes que optaram por esta estratégia apresentou estabilização de doença. Mais estudos são necessários para esclarecer a atividade desta droga.

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