Inibidores de ciclinas no tratamento adjuvante do câncer de mama RH+ e HER2- tratado com quimioterapia neoadjuvante - Oncologia Brasil

Inibidores de ciclinas no tratamento adjuvante do câncer de mama RH+ e HER2- tratado com quimioterapia neoadjuvante

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Assista ao vídeo com análise do estudo monarchE, com a Dra. Debora Gagliato, Oncologista Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e Dra. Solange Sanches, Coordenadora da Equipe Mama (Oncologia Clínica) do Centro de Referência de Tumores de Mama do A.C. Camargo Cancer Center  

 

 Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, foi apresentada uma análise do uso de abemaciclibe combinado à terapia endócrina (TE) adjuvante versus TE sozinha no subgrupo de pacientes com câncer de mama inicial de alto risco que receberam quimioterapia neoadjuvante, pertencentes ao ensaio de fase III monarchE (NCT03155997). 

Pacientes com ≥ 4 linfonodos positivos ou 1 a 3 linfonodos associados à doença grau 3, tamanho do tumor ≥ 5cm ou Ki-67 ≥ 20% eram elegíveis.  

De 5.637 pacientes randomizadas, 2.056 (36,5%) receberam quimioterapia neoadjuvante. Para 84,8%, o esquema escolhido incluiu antraciclina + ciclofosfamida + taxano; para 4,4% incluiu antraciclina + taxano. Um total de 1.044 (50,8%) pacientes que receberam terapia neoadjuvante apresentava um tamanho de tumor radiológico entre 2-5cm e 599 (29,1%) tinham tumores ≥ 5 cm ao diagnóstico. 6,2%, 49,4% e 36,7% das participantes tinham tumores com grau histológico 1, 2 e 3, respectivamente. 55,2% das pacientes tinham ≥ 4 linfonodos acometidos e 44,4% tinham de 1 a 3 linfonodos positivos. O Ki-67 antes da neoadjuvância era ≥ 20% em 64,8% dos pacientes com resultados disponíveis (32,3% tinham resultados Ki-67 ausentes).  

 

Resultados: 

Abemaciclibe associado à TE demonstrou benefício em termos de sobrevida livre de doença invasiva (iSLDversus TE sozinha (HR 0,614; IC 95% 0,473 – 0,797) com taxas de iSLD em 2 anos de 87,2% versus 80,6%, respectivamente.  

A adição de abemaciclibe à TE resultou em uma melhora na sobrevida livre de recidiva à distância (dSLD) (HR 0,609; IC 95% 0,459 – 0,809), com taxas de dSLD em dois anos de 89,5% e 82,8%, respectivamente. O perfil de segurança foi semelhante ao da população de segurança geral. 

Os autores concluem que às pacientes com câncer de mama inicial RH+ e HER2-, que receberam quimioterapia neoadjuvante, o abemaciclibe combinado à TE demonstrou benefício clinicamente significativo em sobrevida livre de doença invasiva e à distância, numericamente maior do que na população ITT.  

 

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Referências:  

  1. Martin M, et alAbemaciclib combined with adjuvant endocrine therapy in patients with high risk early breast cancer who received neoadjuvant chemotherapy (NAC). J Clin Oncol 39, 2021 (suppl 15;  abstr 517). DOI:10.1200/JCO.2021.39.15_suppl.517.