Fibroblast growth factor receptors (FGFRs) são uma família de 4 receptores transmembrana com domínio de tirosina-quinase (FGFR1-4) a qual exerce diversas funções relacionadas proliferação celular, angiogênese, migração e reparo de DNA através de seu ligante fibroblasts growth factors (FGF)
Entre os tumores de vias biliares, fusões do FGFR2 estão presentes em até 16% dos casos de colangiocarcinoma intra-hepático, sendo amplificações e mutações ativadores eventos mais raros (2,6% e 0,9%, respectivamente). A fusão mais comumente encontrada é com o gene BICC1 (28,3%) a qual confere uma maior taxa de resposta com inibidores do FGFR quando comparada a outras fusões (42,9% vs 30,8%).
Diversos estudos de fase II não-randomizados demonstraram atividade de diferentes inibidores de FGFR. Tais agentes diferem entre eles pela seletividade ao receptor e irreversibilidade do bloqueio, levando a diferentes espectros de toxicidade.
O estudo de fase II FIGHT-202 avaliou o uso de pemigatinibe em segunda linha em pacientes com câncer de via biliar e fusões/rearranjos do FGFR2 e demonstrou uma taxa de resposta de 35% e sobrevida global de 21 meses, sendo a primeira droga aprovada pelo FDA nesta indicação. O estudo de fase III FIGHT-302 está em andamento e compara o uso do mesmo agente vs quimioterapia em primeira linha.
Infilgratinibe também foi testado em um estudo de fase II não-randomizado que incluiu somente pacientes com colangiocarcinoma intra-hepático e demonstrou uma taxa de resposta de 23% e sobrevida global de 12 meses, recebendo aprovação do FDA em maio de 2021.
O estudo de fase II FIDES-01 foi apresentado inicialmente na ASCO Gastrointestinal Cancers Symposium em 2022 e avaliou o uso de derazantinibe, potente inibidor oral anti-FGFR1-3, em 28 pacientes com câncer de vias biliares que apresentassem mutação ou amplificação do FGFR. Derazantinibe foi associado a uma taxa de controle de doença de 75% e sobrevida global mediana de 16 meses.
O mais recente agente a receber aprovação pelo FDA neste cenário foi o futibatinibe, inibidor altamente seletivo e irreversível do FGFR1-4, o qual demonstrou uma taxa de resposta de 42% e sobrevida global mediana 21,7 meses em um estudo de fase II não-randomizado.
Atualmente, três agentes são aprovados pelo FDA nesta indicação: pemigatinibe, infilgratinibe e futibatinibe. Não existem estudos comparativos entre estes agentes, os quais diferem entre eles pela irreversibilidade e seletividade da ligação ao receptor FGFR. Mais estudos de vida real são necessários a fim de explorar dados de toxicidade assim como sensibilidade a diferentes agentes de acordo com o tipo de alteração do FGFR.
Referências
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.