Ipilimumabe em combinação com nivolumabe como alternativa de tratamento para pacientes com melanoma metastático ou iressecável - Oncologia Brasil

Ipilimumabe em combinação com nivolumabe como alternativa de tratamento para pacientes com melanoma metastático ou iressecável

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A combinação de ipilimumabe e nivolumabe foi superior a ipilimumabe isolado em pacientes com melanoma avançado que não apresentaram resposta a tratamento anterior com anti-PD-1 isolado

Pacientes com melanoma avançado refratários tratados primariamente com anti-PD-1 (nivolumabe) isolado têm a opção de terapia sequencial com anti-CTLA-4 (ipilimumabe), no entanto, não foi estabelecido prospectivamente se ipilimumabe pode ser utilizado como agente único ou em combinação com nivolumabe. No congresso anual da American Association for Cancer Research de 2022, foram apresentados os resultados do estudo prospectivo e randomizado que comparou a combinação de ipilimumabe com nivolumabe (ipi/nivo) vs ipilimumabe (ipi) em pacientes com melanoma metastático ou iressecável que não atingiram resposta objetiva à terapia isolada com anti-PD-1 previamente. Os pacientes foram randomizados 3:1 para receber ipi 3mg/kg + nivo 1mg/kg a cada 3 semanas por 4 ciclos seguidos por nivo 480mg a cada 4 semanas por até 2 anos ou ipi 3mg/kg cada 3 semanas por 4 ciclos. Para serem incluídos no estudo, os pacientes tinham que ter ≥ 18 anos de idade, ECOG 0-2 e não apresentarem: evidência de doença ativa em sistema nervoso central, doença autoimune ou uso de dose equivalente de prednisona ≥ 10mg. O desfecho primário do estudo foi sobrevida livre de progressão (SLP). Os desfechos secundários foram sobrevida global (SLG), taxa de resposta objetiva (TRO) e toxicidade. 

Foram randomizados 92 pacientes (69 para o braço ipi/nivo e 23 para o de ipi), com medianas de idade de 64 (ipi/nivo) e 69 anos (ipi) e predominância de indivíduos do sexo masculino (67% e 65%) respectivamente. Com uma mediana de segmento de 25,3 meses, foi demonstrado um benefício de SLP favorecendo o grupo da combinação com HR de 0.63 (90% CI 0.41, 0.97; p = 0.04 unicaudado). A SLP em 6 meses foi de 34% (90% IC: 25%-44%) e 13% (4%-27%) para ipi/nivo ou ipi respectivamente. As TRO foram de 28% para ipi/nivo (95% IC: 17%-40%) e de 9% for ipi (95% IC: 3%-34%). A sobrevida global em 12 meses foi de 63% (90% CI: 52%-72%) no braço de ipi/nivo e 57% (90% IC: 38%-71%) no de ipi, o resultando em HR foi 0,94 (90% IC: 0.54, 1.62) em favor da combinação. A taxa de eventos adversos foi similar entre os grupos, com uma morte relacionada ao tratamento no braço de ipi/nivo por coagulação intravascular disseminada e uma morte por perfuração colônica no braço ipi.  

Neste estudo randomizado, foi demonstrado, prospectivamente pela primeira vez, a superioridade de combinação de ipi/nivo sobre ipi em pacientes com melanoma avançado que não apresentaram resposta objetiva a tratamento prévio com anti-PD-1 em monoterapia. Além do benefício em termos de SLP, a combinação ipi/nivo também apresentou maior taxa de resposta, indicando que é possível resgatar pacientes que progrediram previamente ao tratamento com anti-PD-1 isolado.  

Referências:

Ipilimumab plus nivolumab versus ipilimumab alone in patients with metastatic or unresectable melanoma that did not respond to anti-PD-1 tehrapy.  (https://www.abstractsonline.com/pp8/#!/10517/presentation/20155).

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