Os dados de sobrevida livre de progressão e sobrevida global apresentam promissora tendência de desfechos favoráveis no longo prazo, sem novos sinais de segurança identificados, com o uso de pembrolizumabe no linfoma de grandes células B primário do mediastino recidivado
Durante o 63º ASH Annual Meeting & Exposition, foram apresentados os dados atualizados de eficácia e segurança, após 4 anos de acompanhamento, do KEYNOTE-170 (NCT02576990). Trata-se de um estudo de fase 2 e de braço único, que avaliou pembrolizumabe em pacientes com linfoma de grandes células B primário do mediastino ou Síndrome de Richter recidivados ou refratários, que progrediram ou eram inelegíveis a transplante autólogo de células hematopoiéticas e que receberam ≥ 2 linhas terapêuticas anteriores.
Os pacientes foram tratados com pembrolizumabe 200 mg a cada 3 semanas por até 35 ciclos (aproximadamente 2 anos). As avaliações de resposta ocorreram a cada 12 semanas, de acordo com os Critérios de Resposta Revisados para Linfomas Malignos de 2007. Os desfechos principais incluíram a taxa de resposta geral (TRG), sobrevida livre de progressão (SLP) e duração de resposta (DDR), segundo a avaliação do investigador, bem como a sobrevida global (SG) e a segurança. A data de corte ocorreu no dia 23 de outubro de 2020.
Resultados:
No corte de dados, a duração mediana do acompanhamento foi de 48,7 meses. Entre todos os pacientes tratados (N = 53), 13 completaram dois anos de tratamento e 40 descontinuaram, especialmente devido à progressão de doença (n = 18). A TRG por avaliação do investigador foi de 41,5% (IC 95%: 30,0-53,7), com taxa de resposta completa de 20,8% e taxa de resposta parcial de 20,8%. A DDR mediana não foi alcançada e 80,6% dos pacientes tiveram uma resposta ≥ 48 meses.
A mediana de SLP foi de 4,3 meses (IC 95%: 2,8-13,8) e a taxa de SLP aos 48 meses foi de 33,0%. A SG mediana foi de 22,3 meses (IC 95%: 7,3-NR) e a taxa de SG aos 48 meses foi de 45,3%.
No corte de dados, eventos adversos relacionados ao tratamento de qualquer grau ocorreram em 30 pacientes (56,6%); os mais comumente relatados (incidência > 5%) foram neutropenia (18,9%), astenia (9,4%), hipotireoidismo (7,5%), fadiga e pirexia (5,7% cada). Eventos adversos relacionados ao tratamento de grau 3 ou 4 ocorreram em 22,6% dos pacientes; apenas neutropenia (n = 7) ocorreu em ≥ 2 pacientes. Nenhum evento adverso relacionado ao tratamento de grau 5 ocorreu.
Os autores concluem que, após 48,7 meses de acompanhamento de participantes fortemente pré-tratados com linfoma de grandes células B primário do mediastino, o tratamento com pembrolizumabe demonstrou atividade antitumoral sustentada. As sobrevidas livre de progressão e global demonstraram tendência promissora em longo prazo sem novos sinais de segurança identificados.
Referências:
1. Zinzani P, et al. Final Analysis of Keynote-170: Pembrolizumab in Relapsed or Refractory Primary Mediastinal Large B-Cell Lymphoma (PMBCL). The 63rd ASH Annual Meeting and Exposition. Abstract 306. 2021. – Demais fontes
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.