Pembrolizumabe + Quimioterapia sustenta benefícios clínicos de ganho de sobrevida livre de progressão e sobrevida global independentemente da descontinuação de quimioterapia antes da de pembrolizumabe e independente de toxicidades imunomediadas
A imunoterapia com inibidores de checkpoints tem se estabelecido no tratamento de diversos tipos tumorais dado os ganhos de benefícios clínicos em detrimento das terapias vigentes. Parte dos desafios dessa terapia é garantir a atividade antitumoral mediante reativação do sistema imune mantendo, ainda assim, um perfil de tolerância adequado, evitando o desenvolvimento de eventos adversos imunomediados. Esses eventos adversos, similares a quadros inflamatórios e autoimunes, além de altamente heterogêneos em seus sítios de desenvolvimento, podem ocorrer ao longo do tratamento e impactam, em graus mais graves, o bem estar do paciente e o seguimento do curso terapêutico.
O estudo clínico de fase III, Keynote-355, propõe o uso de pembrolizumabe (anti-PD-1) no tratamento de câncer de mama triplo negativo localmente avançado e inoperável ou metástatico, em primeira linha, associado à quimioterapia (nab-paclitaxel, paclitaxel ou gemcitabina/carboplatina). Foram incluídos 857 pacientes randomizados 2:1 (pembro+quimio = 566; placebo+quimio = 281) e as análises recentes do estudo demonstraram ganho de sobrevida global (SG) favorável ao pembrolizumabe + quimioterapia em pacientes com tumor expressando PD-L1 e com score positivo combinado acima de 10 (mediana de SG: 23,0 vs. 16,1 meses; HR =0,73: 95%CI: 0,55-0,95; p = 0,0185).
O Keynote-355 apresenta seus resultados finais de desfecho em 1) pacientes com controle da doença (resposta completa, parcial ou doença estável) e que descontinuaram a quimioterapia antes do pembrolizumabe e em 2) pacientes que desenvolveram ao menos um evento adverso imunomediado. Na data de cutoff do estudo (15 de junho de 2021), 317 pacientes do grupo pembrolizumabe+quimioterapia atingiram a melhor resposta objetiva, dentre os quais 92 descontinuaram a quimioterapia antes do pembrolizumabe (mediana de tempo de tratamento com pembro e quimio isolada de 14,1 e 6,0 meses respectivamente). Com relação à população total, os resultados de eficácia foram similares (Mediana de SLP [Descontinuação vs. Total]: 14,5 meses vs. 11,6 meses; mediana de SG: 32,9 vs. 26,4 meses), independentemente de PD-L1 e CPS, demonstrando que a eficácia independe da descontinuação de quimioterapia anterior ao pembrolizumabe. De modo similar, a presença de atividade antitumoral esteve presente mesmo em pacientes que apresentaram eventos adversos imunomediados (mediana de SLP: 9,7 meses; 95%CI:8,0-11,6. Mediana de SG: 23,9 meses; 95% CI: 20,6-28,6).
Os resultados finais de desfecho do estudo Keynote-355 reforçam a atividade antitumoral de pembrolizumabe associado à quimioterapia, em primeira linha, no tratamento de pacientes com câncer de mama triplo negativo metastático ou localmente avançado irressecável. Essa eficácia independe de descontinuação da quimioterapia antes do pembrolizumabe e também independe da ocorrência de eventos adversos imunomediados.
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