A combinação de pembrolizumabe e quimioterapia, demonstrou superioridade de sobrevida comparado à quimioterapia isolada no tratamento de pacientes com CPNPC metastático com histologia escamosa em primeira linha terapêutica. Esses dados são do estudo KEYNOTE-407, que obteve 3 anos de acompanhamento.
O Congresso Europeu de Câncer de Pulmão – um dos eventos mais relevantes de oncologia torácica do mundo, programado para ser sediado em 2022 na cidade de Praga, República Checa, agora é realizado em formato totalmente virtual diante da delicada situação na qual o continente se encontra. Nas últimas semanas, Praga tem se tornado um dos principais locais de assistência a refugiados ucranianos.
Durante o Congresso, foram apresentados os resultados de longo prazo para pacientes que completaram 35 ciclos (ou seja, 2 anos) de tratamento dentro do KEYNOTE-407 (NCT02775435). Se trata de um estudo com um ensaio de fase 3, duplo-cego e multicêntrico, que randomizou (1:1) 559 pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) metastático, com histologia escamosa, para receber pembrolizumabe ou placebo em primeira linha, associado a carboplatina e paclitaxel (ou nab-paclitaxel).
Os pacientes elegíveis foram estratificados por uso de paclitaxel versus nab-paclitaxel; Ásia Oriental versus resto do mundo; e PD-L1 TPS ≥ 1% versus < 1%. O esquema terapêutico consistiu em pembrolizumabe 200 mg ou placebo + quimioterapia a cada 3 semanas durante 4 ciclos, seguidos de pembrolizumabe 200 mg ou placebo isoladamente até 35 ciclos. Os desfechos primários foram a sobrevida global (SG) e a sobrevida livre de progressão (SLP) por RECIST v1.1, segundo revisão central independente cega.
Resultados
Ao todo, 278 pacientes foram randomizados para o grupo da imunoterapia e 281 para placebo. Em 30 de setembro de 2020, o tempo mediano desde a randomização até o corte dos dados foi de 40,1 meses; 117 (41,6%) indivíduos realizaram cross over de placebo para pembrolizumabe. A SG mediana no grupo da imunoterapia versus placebo foi de 17,2 e 11,6 meses, respectivamente (HR 0,71; IC 95% 0,59–0,86). A taxa de SG em 3 anos foi de 29,7% versus 18,2%. A mediana de SLP2 (a partir do cross over) foi de 13,8 versus 9,1 meses, respectivamente (HR 0,59; IC 95% 0,49–0,71).
A taxa de resposta geral foi de 62,6% (IC 95% 56,6–68,3) versus 38,8% (IC 95% 33,1–44,8) e a duração mediana de resposta foi de 9,0 versus 4,9 meses para os grupos imunoterapia e placebo, respectivamente.
Ressalta-se que, dos 55 participantes que completaram os 35 ciclos de pembrolizumabe, a taxa de resposta objetiva foi de 92,7% (5 respostas completas e 46 parciais) e 4 pacientes (7,3%) apresentaram doença estável. 51 indivíduos (92,7%) permaneceram vivos; a SG e a SLP aos 12 meses (após a conclusão de 35 ciclos) foram de 96,0% e 82,6%, respectivamente. Eventos adversos de grau 3 a 5 ocorreram em 74,8% dos pacientes no grupo pembrolizumabe e 70,0% no placebo.
Os autores concluem que, após 3 anos de acompanhamento, a combinação de pembrolizumabe mais quimioterapia continuou demonstrando benefício sustentado em relação à quimioterapia sozinha, mantendo a indicação da combinação como tratamento de primeira linha em pacientes com CPNPC escamoso metastático.
Referências:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.