Em análises interinas prévias, a combinação de pembrolizumabe + quimioterapia demonstrou ganho estatisticamente significativo em resposta patológica completa (pCR) e tendência favorável para sobrevida livre de eventos (SLE)[1]. Os dados atualizados foram apresentados em julho de 2021
A ESMO Virtual Plenary é uma plataforma online da European Society for Medical Oncology, que disponibiliza gratuitamente a todos os profissionais de saúde que trabalham com oncologia apresentações mensais de dados científicos originais, focando nas mais recentes atualizações dos ensaios randomizados de fase III ou dos estudos de fase II que demonstram notável benefício terapêutico, conhecimento científico ou progresso em uma área de necessidade não atendida.
Em julho de 2021, por exemplo, foram apresentados os resultados de uma análise interina pré-especificada do KEYNOTE-522 (NCT03036488), um estudo de fase III de pembrolizumabe neoadjuvante + quimioterapia versus placebo + quimioterapia, seguido de pembrolizumabe adjuvante versus placebo em pacientes com câncer de mama triplo negativo (TNBC) estádio inicial.
No estudo, as pacientes com TNBC previamente não tratadas, sem doença metastática, centralmente confirmada (estádio T1cN1-2 ou T2-4 N0-2 por AJCC) foram randomizadas 2:1 para pembrolizumabe neoadjuvante 200 mg a cada 3 semanas ou placebo, ambos administrados com 4 ciclos de paclitaxel + carboplatina, seguidos de 4 ciclos de doxorrubicina ou epirrubicina + ciclofosfamida. Após a cirurgia definitiva, as pacientes receberam como adjuvância pembrolizumabe ou placebo por 9 ciclos ou até a recidiva ou toxicidade inaceitável. Os desfechos primários duplos são pCR (ypT0/Tis ypN0) e SLE.
Ao todo, 1.174 pacientes foram randomizadas para pembrolizumabe (n = 784) ou placebo (n = 390). No corte de dados de 23 de março de 2021 (acompanhamento médio de 37,8 meses), 123 pacientes (15,7%) no grupo da imunoterapia e 93 (23,8%) no grupo placebo tiveram um evento de SLE, definido como progressão de doença que impediu a cirurgia definitiva, recidiva local ou à distância, um segundo câncer primário ou morte por qualquer causa (HR 0,63; IC 95% 0,48-0,82; P = 0,0003).
A taxa de SLE aos 36 meses foi de 84,5% (IC 95% 81,7-86,9) no grupo pembrolizumabe versus 76,8% (IC 95% 72,2-80,7) no grupo placebo; a mediana não foi alcançada em nenhum dos grupos. O evento de SLE mais comum foi recidiva tumoral à distância, acometendo 60 indivíduos (7,7%) no grupo pembrolizumabe versus 51 (13,1%) no grupo placebo. O anti-PD-1 demonstrou uma tendência favorável para sobrevida global (HR 0,72; IC 95% 0,51-1,02), porém não estatisticamente significativa nesta análise; o acompanhamento ainda está em andamento.
As taxas de eventos adversos relacionados ao tratamento de grau ≥ 3 foram 77,1% no grupo pembrolizumabe e 73,3% no grupo placebo (incidência de morte: 0,5% versus 0,3%, respectivamente); eventos adversos imunomediados de qualquer grau ocorreram em 43,6% versus 21,9%, respectivamente.
Os pesquisadores concluem que a combinação de pembrolizumabe + quimioterapia neoadjuvante seguida por pembrolizumabe adjuvante demonstrou melhora estatisticamente e clinicamente significativa em SLE versus quimioterapia neoadjuvante isolada em pacientes com TNBC estádio inicial[2].
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