Estudo LAUNCH, comparando a eficácia de lenvatinibe (LEN) associado à Quimioembolização Transarterial (TACE), demonstrou que essa é capaz de fornecer aumento significativo nas taxas de sobrevida global e livre de progressão, despontando esse esquema como possível primeira linha de tratamento em carcinoma hepatocelular avançado
O Carcinoma Hepatocelular (CHC) é o mais frequentemente dentre os tumores primários de fígado, decorrente principalmente da presença de doenças hepáticas crônicas como casos de cirrose. Conjuntamente à sua frequência dentre os tumores que acometem esse órgão, ele está envolvido com altas taxas de mortalidade, tornando-se um grande problema para oncologistas clínicos.
Dentre os tratamentos mais oferecidos nos casos de CHC avançado os inibidores de tirosina quinase (TKI) sorafenibe e regorafenibe foram os principais fármacos administrados por serem os únicos de tratamento sistêmico que ofereciam sobrevida prolongada. Com o advento do lenvatinibe, outro TKI, comprovou-se a não inferioridade desse em relação ao sorafenibe em primeira linha. O lenvatinibe trata-se de inibidor multi-tirosina quinase, preferencialmente antiangiogênico, capaz de inibir VEGFR, FGFR, PDGFRa, RET, e c-KIT, suprimindo a neovascularização e consequentemente afetando o crescimento tumoral e que hoje, representa um padrão ouro no plano terapêutico em primeira linha de CHC. Ainda assim, pacientes com CHC avançados ainda possuem um prognóstico ruim, o que torna um desafio a busca de formas e associações terapêuticas pra se aumentar, principalmente a sobrevida desses indivíduos.
Nesse sentido, o estudo clínico multicêntrico, randomizado (1:1), open-label de fase III (LAUNCH) apresentou na ASCO Gastrointestinal Cancers Symposium resultados referentes à comparação entre administração de lenvatinibe + quimioembolização transarterial (LEN-TACE) e lenvatinibe monoterapia (LEN; 12mg/dia quando ≥ 60kg ou 8mg/dia quando < 60kg) em 338 pacientes com CHC avançado naive ou com recorrência inicial.
O endpoint primário do estudo foi a sobrevida global (OS). Na análise interina apresentada, após mediana de follow-up de 17 meses, a mediana de OS foi maior em LEN-TACE quando comparado a LEN (17,8 vs 11,5 meses; hazard ratio: 0.45; p< 0,001). A sobrevida livre de progressão (PFS) foi igualmente maior em LEN-TACE (10,6 vs 6,4 meses; hazard ratio: 0.43; p< 0,001). Além desses dois parâmetros de sobrevida, os pacientes que receberam também a quimioembolização transarterial demonstraram maiores taxas de resposta objetiva conforme mRECIST (54,1 vs. 25%; p<0,001).
A melhora na sobrevida global e livre de progressão quando combinados TACE ao tratamento padrão de LEN, sugestiona o potencial dessa associação para o tratamento em primeira linha de pacientes com carcinoma hepatocelular avançado.
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