Menos conhecido, câncer de mama em homens é foco de programa internacional - Oncologia Brasil

Menos conhecido, câncer de mama em homens é foco de programa internacional

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Descobertas recentes mostram que a cada três pacientes do sexo masculino com câncer de mama, um deles não recebe tratamento adequado. A doença possui, também, um subtipo que aparenta ocorrer somente em homens.

Pesquisas recentes do Programa Internacional de Câncer de Mama Masculino confirmam que o câncer de mama masculino e feminino são consideravelmente diferentes e que um em cada três homens afetados com a doença não recebe o tratamento adequado. Além disso, pesquisadores ressaltaram um subtipo da doença que aparenta acontecer apenas em homens. Com o estudo, os pesquisadores demonstraram a possibilidade de realização de um estudo clínico com esta população, que corresponde a 1% dos casos de câncer de mama.

Conduzido de forma simultânea na Europa, Estados Unidos e América do Sul, o Programa consiste em três partes. A primeira, uma coleção retrospectiva e análise de dados clínicos e material biológico de casos de câncer em homens, contou com informações de mais de 1.800 pacientes no período de 1996 e 2010. Recentemente publicados em anais de oncologia, os resultados mostram uma considerável diferença entre o câncer de mama feminino e masculino , em termos de histologia e classificação.

O estudo também indicou que, enquanto mais de 90% de pacientes do sexo masculino tiveram câncer de mama do tipo ER+, somente 77% deles receberam terapia endócrina após a cirurgia, o que deveria ser o tratamento adequado. Isso confirma que a qualidade da assistência em pacientes do sexo masculino é inferior quando comparado ao gênero oposto.

Depois de analisarem 152 exemplares de tumor, os pesquisadores identificaram subtipos intrínsecos de câncer de mama masculino com vários perfis de expressão genética, sugerindo que exista um subtipo de câncer de mama que ocorre somente em homens e precisa ser caracterizado de uma melhor forma.

Na segunda parte do programa, os pesquisadores fizeram um registro prospectivo de pacientes recém-diagnosticados por um período de 30 meses, concluído em fevereiro de 2017, coletando dados clínicos e material tumoral. Uma das suas principais metas era provar a viabilidade de um estudo clínico terapêutico que poderia gerar dados relevantes em uma configuração de doença rara, o que se mostrou um desafio dado o baixo número de pacientes.

Contando com mais de 550 pacientes recrutados apenas durante os 30 meses, 75% na Europa, 20% nos Estados Unidos e 5% em outras localidades, os investigadores mostraram que, por meio de um esforço internacional colaborativo, eles foram capazes de estabelecer uma rede de pesquisa bem-estruturada e funcional, pronta para conduzir um estudo clínico com esta rara população.

Hoje, a busca é por um parceiro farmacêutico com o desejo de conduzir um estudo e testar diferentes opções de tratamento para homens afetados pela doença.

As organizações a frente do programa são a Organização Europeia de Pesquisa e Tratamento do Câncer (EORTC) e o Grupo Internacional de Mama (Breast International Group).

Fonte: Release European Organisation for Research and Treatment of Cancer e Breast International Group.

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