Mirvetuximabe soravtansina (MIRV) é um anticorpo droga-conjugado que compreende um anticorpo de ligação ao receptor α de folato, um ligante clivável e o maitansinoide DM4, um potente agente de direcionado à tubulina
O FORWARD II (NCT02606305), um estudo de fase 1b apresentado durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, avaliou a eficácia e a segurança do mirvetuximabe soravtansina (MIRV), um anticorpo-droga conjugado cujo alvo é o receptor alfa de folato (FRα), em associação ao bevacizumabe (BEV) em pacientes com câncer de ovário FRα-positivo (expressão média ≥ 50% ou alta ≥ 75%) e agnósticas de platina, ou seja, pacientes resistentes à platina (RP; recidiva inferior a seis meses após a última dose de platina) ou sensíveis (SP; reposta à platina, sem progressão em seis meses), para as quais um tratamento que não incluísse platina fosse apropriado.
As pacientes receberam MIRV (6mg/kg) e BEV (15mg/kg) no dia 1 de um ciclo de 21 dias. As respostas foram avaliadas pelo investigador de acordo com RECIST 1.1 e eventos adversos (EAs) avaliados por CTCAE v4.03.
Resultados:
No total, 60 pacientes receberam o tratamento combinado, com uma idade média de 60 anos, média de duas linhas prévias de terapia sistêmica e um acompanhamento médio de 17,5 meses. A coorte incluiu 32 pacientes (53%) com doença RP e 28 (47%) com doença SP.
Respostas objetivas foram observadas em 28 de 60 participantes, resultando em uma taxa de resposta objetiva de 47% (IC 95% 34 – 60), duração mediana de resposta (mDDR) de 9,7 meses (IC 95% 6,7 – 12,9), e sobrevida livre de progressão mediana (mSLP) de 8,3 meses (IC 95% 5,6 – 10,6).
Nas pacientes com alta expressão de FRα (n = 33), a TRO confirmada foi de 64% (IC 95% 45 – 80), mDDR de 11,8 meses (IC 95% 6,7 – 13,7) e mSLP de 10,6 meses (IC 95% 8,3 – 13,3),
Os EAs mais comuns relacionados ao tratamento (todos os graus e grau ≥ 3, respectivamente) foram diarreia (68%, 2%), visão turva (63%, 2%), fadiga (58%, 7%) e náusea (57%, 0 %). Os EAs de grau 3 e 4 relacionados ao tratamento mais comuns foram neutropenia e hipertensão (12%, 3% e 13%, 0%, respectivamente); todos os outros eventos de grau ≥ 3 ocorreram em ≤ 10% dos pacientes.
Os autores concluem que a combinação de MIRV com BEV demonstrou impressionante atividade antitumoral com respostas sustentadas e tolerabilidade favorável no câncer de ovário recorrente com alto FRα. Estes resultados sugerem que MIRV tem o potencial de ser o parceiro preferencial do BEV em pacientes com câncer de ovário recorrente FRα alto, independentemente da sensibilidade à platina.
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