CONFIRM é o primeiro estudo de fase III controlado por placebo de um agente anti-PD-1 para mesotelioma recidivado — e o primeiro a demonstrar uma melhora na sobrevida global após primeira linha padrão com pemetrexede e cisplatina/carboplatina
Durante a IASLC WCLC 2020 (International Association for the Study of Lung Cancer 2020 World Conference on Lung Cancer), realizada entre os dias 28 a 31 de janeiro de 2021, foi apresentado o CONFIRM (Checkpoint Blockade for Inhibition of Relapsed Mesothelioma), um estudo de fase III, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo e conduzido pelo investigador, que avaliou o uso de nivolumabe versus placebo em pacientes com mesotelioma na 2ª ou 3ª recidiva, após tratamento de quimioterapia baseada em platina.
O ensaio envolveu 24 centros no Reino Unido. Foram recrutados 332 pacientes com mesotelioma irressecável (pleural ou peritoneal), previamente tratados, designando-os aleatoriamente na proporção de 2:1 para receber nivolumabe 240 mg a cada 14 dias (n = 221) ou placebo (n = 111). Os participantes foram estratificados por histologia epitelioide versus não epitelioide. Os desfechos co-primários foram sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG), avaliadas pelo investigador.
Aos 12 meses, a taxa de SG para os braços nivolumabe versus placebo foi de 39,5% e 26,9% e a taxa de SLP foi de 14,5% versus 4,9%, respectivamente.
Um benefício clínico significativo foi observado em pacientes com o subtipo epitelioide (HR = 0,71; P = 0,021), mas não para o subtipo não–epitelioide (HR = 0,79; P = 0,572), sendo que o pequeno número de pacientes (n = 39) na última coorte pode ter influenciado o resultado não significativo.
A expressão de PD-L1 foi avaliada em 234 blocos de tumor utilizando TPS (Tumor Proportion Score), e 34% dos pacientes apresentaram PD-L1 TPS ≥ 1%. Os investigadores não encontraram associação entre este nível de expressão e a sobrevida global. Os hazard ratios para a sobrevida global foram de 0,95 (P = 0,864) na coorte PD-L1-positiva e 0,74 (P = 0,115) na negativa.
Eventos adversos de grau 3-4 foram relatados em 45% dos pacientes no braço do nivolumabe e 42% no do placebo. Eventos adversos graves foram observados em 36% e 39%, respectivamente. As mortes relacionadas foram de 3,6% e 5,3%, respectivamente.
Tendo em vista o contexto de uma doença de difícil tratamento, como o mesotelioma pleural maligno, este estudo contribui para uma maior gama de alternativas no tratamento da doença recorrente.
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