Estratégias de rastreamento de câncer ajudam a identificar neoplasias em estádios iniciais, garantindo, assim, tratamentos mais precoces e maiores chances de cura, além de uma potencial redução no custo dos tratamentos. No entanto, métodos eficazes de rastreamento existem apenas para uma pequena porção dos tumores malignos mais comuns e, em muitos casos, os dados são controversos quanto a sua capacidade de impactar na cura e na sobrevida dos pacientes.
Um novo trabalho, apresentado no ASCO Breakthrough: A Global Summit for Oncology Innovators, busca melhorar a capacidade de rastreamento do câncer através de novas técnicas moleculares e de um novo escore de risco com múltiplas variáveis. Os autores se utilizaram de sequenciamento de genoma total de DNA circulante, associado a marcadores proteicos, em análises que requeriam uma única coleta de sangue.
O estudo avaliou 76 pacientes com câncer em estádios I-IV e 152 pacientes sem diagnóstico de tumor, demonstrando uma sensibilidade de 60% e uma especificidade de 98,5% para detecção de neoplasia. Posteriormente, em uma coorte de validação que extraiu dados de um estudo prévio sobre neoplasias ocultas durante a gravidez, o qual contou com 1,93 milhões de gestantes, os autores identificaram 466 pacientes que tiveram resultados positivos em testes para múltiplas aneuploidias cromossômicas e que foram submetidas ao teste de marcadores proteicos.
Dessas pacientes, 39 foram diagnosticadas com tipos diversos de câncer ao longo dos anos seguintes, sendo tumores de mama, hepatocarcinoma e linfoma os tipos mais comuns. Aplicando o novo escore, foram identificados 28 dos 39 casos de câncer (71,8%), com valor preditivo positivo de 73,7% e especificidade de 97,7%.
Com resultados promissores, ainda que restritos a uma população pequena de pacientes, o trabalho é uma dentre muitas novas pesquisas que sugerem que usos de tecnologia de sequenciamento e avaliação molecular para análise de DNA circulante, bem como a aplicação de escores de risco com múltiplas variáveis, podem ser úteis numa nova era de diagnósticos precoces de câncer em pacientes assintomáticos. Saiba mais no Meeting Library.
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