Os resultados expressivos do estudo CheckMate-142 colocam a imunoterapia com nivolumabe e ipilimumabe em baixa dose como possível nova primeira linha para o tratamento do câncer colorretal metastático (CCRm) com instabilidade de microssatélites (MSI-h), alteração secundária a defeitos em genes que codificam proteínas associadas ao reparo de danos ao DNA. Esse tipo de alteração ocorre em aproximadamente 4% dos casos de tumores colorretais.
O estudo de fase II CheckMate-142 já havia mostrado benefício da combinação de imunoterápicos em pacientes com CCRm refratário a quimioterapias. Os resultados recém-apresentados na ESMO 2018, que está sendo realizada em Munique, Alemanha, entre 19 e 23 de outubro, indicam que o tratamento com a medicação anti-PD1, nivolumabe, e a molécula anti-CTLA-4, ipilimumabe, também geram benefício para a população de pacientes com CCRm e MSI-h sem tratamento prévio. Dos 45 pacientes avaliados, 60% apresentaram resposta ao tratamento (84% com algum grau de redução das dimensões tumorais) e 7% tiveram resposta completa. A sobrevida livre de progressão e a sobrevida global em 12 meses foram de 77% e 83%, respectivamente.
O uso de ipilimumabe em baixas doses resultou em menores índices de toxicidade do que estudos prévios haviam demonstrado com doses habituais da medicação anti-CTLA-4. As taxas de resposta expressiva, a duração significativa da resposta na maior parte dos pacientes e a boa tolerância ao esquema são características promissoras para impulsionar estudos de fase III com essa combinação de imunoterápicos. Novos estudos com imunoterapia em primeira linha para o tratamento de CCRm MSI-h são aguardados nos próximos meses, dentre os quais o estudo de fase III KEYNOTE-177, que avalia o uso de pembrolizumabe, em comparação à quimioterapia padrão, nesse cenário.
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