Novos resultados, apresentados na ASCO GU, consolidam a eficácia e segurança de Ra-223 no tratamento do câncer de próstata - Oncologia Brasil

Novos resultados, apresentados na ASCO GU, consolidam a eficácia e segurança de Ra-223 no tratamento do câncer de próstata

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O Dr. Diogo Bastos, médico oncologista do Hospital Sírio-Libânes e do ICESP, em entrevista para a Oncologia Brasil comentou avanços e atualizações relacionados ao radiofármaco Radio-223. Esta medicação, já está aprovada para o tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático com predominância de metástases ósseas no cenário castração resistente no Brasil. Durante a ASCO GU 2020 foram apresentados 18 estudos com novos resultados que consolidam a eficácia e segurança desta medicação.

O oncologista destaca alguns estudos, um que incluiu cerca de 1500 pacientes e outro com mais de 500 pacientes, sendo que ambos demonstraram a eficácia deste radiofármaco tanto em monoterapia (dentro do sequenciamento de tratamentos) quanto em combinação com outras drogas direcionadas para o câncer de próstata.

É importante ressaltar que, apesar de se tratar de um radioisótopo, o risco para desenvolvimento de segundas neoplasias ao longo do tempo é muito pequeno, cerca de 1%, não maior que o esperado para a faixa etária da população.

Comentou um estudo, retrospectivo não randomizado, que sugere que pacientes com alteração de genes de reparo tratados com Radio-223 apresentaram melhores desfechos que os pacientes que não possuíam essa característica e receberam a mesma terapia. “Contudo, por se tratar de estudo retrospectivo é incerto afirmar se tais fatores genéticos se devem por razão prognóstica ou preditiva”, afirma o Dr. Bastos.

Outro trabalho de destaque avaliou a combinação de Radio-223 e sipuleucel-T, o qual também revelou dados favoráveis para resposta de PSA e tempo para progressão. O sipuleucel-T é uma terapia para câncer de próstata resistente à castração metastático, não disponível no Brasil, apenas nos Estados Unidos.

Por fim, discute um estudo de fase 2 com enzalutamida e Radio-223 em comparação com a enzalutamida que trouxe resultados de segurança e eficácia com a combinação. Em razão desses dados promissores está em curso o desenvolvimento do estudo de fase 3 PEACE-III pela EORTC, trazido para o Brasil pelo apoio da LACOG.