O efeito do avapritinibe comparado ao regorafenibe no tratamento do GIST avançado - Oncologia Brasil

O efeito do avapritinibe comparado ao regorafenibe no tratamento do GIST avançado

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O estudo VOYAGERde fase 3, foi organizado para avaliar como o avapritinibe pode impactar no tratamento dos tumores estromais do trato gastrointestinal

Na maioria dos tumores estromais do trato gastrointestinal (GIST), mutações primárias ou secundárias em KIT ou em PDGFRA (platelet-derived growth fator receptor alpha) são a causa por trás da resistência de inibidores da tirosina quinase dessas neoplasias. No estudo de fase I NAVIGATOR, o avapritinibe mostrou-se promissor na atividade clínica contra o PDGFRA D842V-mutante e KIT-mutante em GIST. Neste sentido, o estudo de fase 3, VOYAGER, foi organizado para avaliar a eficácia e segurança do avapritinibe comparado ao regorafenibe como opção de terceira linha ou tratamento tardio em pacientes com GIST metastático ou não operável. 

O estudo VOYAGER organizou dois grupos de pacientes, 476 pacientes no total, na razão de 1:1. Um dos grupos recebeu avapritinibe 300 mg uma vez ao dia durante 4 semanas continuamente, e o outro grupo recebeu regorafenibe 160 mg uma vez ao dia durante 3 semanas e 1 semana sem utilizar o medicamento. O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão (SLP), medida por uma central radiológica por meio do RECIST 1.1 modificado para GIST. E os desfechos secundários foram a taxa de resposta objetiva, sobrevida geral, segurança, taxa de controle de doença e duração de resposta. A interseção entre regorafenibe e avapritinibe foi autorizada quando confirmada a progressão da doença. 

A diferença entre as medianas da SLP não foi estatisticamente relevante entre o avapritinibe e regorafenibe. Além disso, as taxas de reposta objetiva foram de 17,1% para avapritinibe e 7,2% para regorafenibe, assim como as durações de respostas foram 7,6 meses e 9,4 meses respectivamente. Ademais, a taxa de controle de doença foi 41,7% para avapritinibe e 46,2% para regorafenibe, e os eventos adversos foram similares entre os dois medicamentos. O desfecho primário não foi atingido, logo o avapritinibe não apresentou uma inovação significativa comparado ao tratamento referência para GIST. 

Referências: 

Kang YK, et al., Avapritinib Versus Regorafenib in Locally Advanced Unresectable or Metastatic GI Stromal Tumor: A Randomized, Open-Label Phase III Study. J Clin Oncol. 2021 Aug 3:JCO2100217. doi: 10.1200/JCO.21.00217. Epub ahead of print. PMID: 34343033.